A incerteza do destino
Entrego meu coração
Por minhas mãos nenhum sangue há de escorrer
Por meu corpo desconheço as mãos que o irão percorrer
A incerteza do destino
Entrego meu coração
Suportando sozinho a indiferença
Suporta também a falta da decência
Terá ele um andar manco
Pelo peso de seus delírios
A incerteza do destino
Entrego meu coração
À vida não vivida
À aflição que o convida
Às alegrias não concluídas
Entrego meu coração
Desde sua sôfrega batida
Seus dons perdidos
Suspiros reprimidos
E a incerteza do destino
E a ausência de sentido
Para cada amigo
E para todos os inimigos
Entrego meu coração
A incerteza do destino
Por um caminho bonito
Sem feitiços, sem gemidos
Um descampado florido
Com riachos pelas chuvas esculpidos
Acreditando nos sonhos mesmo enfraquecidos
Entrego meu coração a incerteza do destino.
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Primeiro poema
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