Era uma vez
Uma menina de verdade
Das q moram em sua cidade
Mas era menina moleque
Gostava de por tudo em xeque
Um dia
disseram pra ela
Que ela não era nada
Que pra nada prestava
Que ela não era ninguém
Que não valia um vintém
E assim, quase um amém
Ainda bem que não foi o fim
O sentimento bateu forte, sim
O chão se abriu e tremeu
O corpo todo se entonteceu
Sabe, cuidado com o que for falar
As crianças costumam acreditar
e assim foi mais ou menos
Ainda bem que o tempo passa
E na fraqueza achou a Graça
E a vida se confunde com luta
E seu ringue diário foi a labuta
E passa cada estação
E nuvem volta a ser algodão
Vida de suor e lágrima
Pra reescrever cada página
Difícil é cortar o cordão
Quase impossível dizer esse não
Mas quando a Luz diz sim
A menina escreve outro fim
Mas quando há Luz enfim
A menina se diz sim
E fim