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ONZE DE DEZEMBRO

ONZE DE DEZEMBRO
Ricardo CUNHA
dez. 13 - 1 min de leitura
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ONZE DE DEZEMBRO

Lidar com o desamor é ruim,
que nem roçar um beco com enxada cega!

Deixar de gostar é revirar o coração, uma desnatureza
confusa e doentia: Não querer quem tanto se quis.
Sempre dar um passo para frente 
em direção ao novo e, logo após, um tropeço.

A gente cai no chão de mal jeito 
e fica parado olhando o futuro que não vem
e o passado que não passa.

A gente fica.

Às vezes acontece de topar com o outro e é estranho:
A amada distanciada se torna nada. Sua presença
nega o amor que dói na saudade da solidão.

Não. Não. Não.
Não é nada mais em nunca nem ninguém.

Não tempo nem espaço no desencontro. Já deu!
Resta apenas a armadilha de se acostumar ao vazio
e desejar que acabe o fim.

Aqui não se diz que o copo está pela metade,
sim que está por meio,
não importa se está meio vazio ou meio cheio,
ou meio a meio…
Importa é ser honesto com os desejos
e admitir que se quer mais ou não.

Se carecer, sirva-se outra dose e até se abra outra garrafa.
Miséria pouca é bobagem, haja vista
que existir é se debruçar sobre o abismo
e dizer não à morte dia após dia.

Acabou? Abra-se outra e outra!

Betim — 2020

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