Um nó na garganta fomentado pelo sentimento coletivo no instante do derradeiro adeus e a reflexão de que, o sepulcro é “morada” definitiva sem distinção nem escolha. Ali, o primeiro abraço sentido do recôndito da tua inexperiente alma apaixonada, dilacerada, esfacelada pela dor da morte repentina, explicitava experimentando o medo e a sensação de abandono, partir daqui terá que seguir sozinha. É visível teu desespero na hora última e crucial.Confusa, imersa em lágrimas e pensamentos, os aplausos em homenagens e cânticos saudosos (apesar da multidão) era perceptível tua solidão, mesmo sem conhecê-la intimamente, ofertei mais que minha presença. A tentativa de trazê-la de “volta” a realidade da terra onde ainda nos encontramos. Abracei-a com meu coração”! Tal qual uma mãe quando oferece colo, quis dizer te que não estarás desajudada. Por certo, aquele abraçar não era só meu. Senti que a “presença” do mestre me induziu a fazê-lo tanto sim, que a partir dele os próximos expuseram secretas revelações e confidências jamais imaginadas, num misto de cumplicidade humanidade e amorosidade. Rememoro o significado daquele mesclar aparentemente "momentâneo”. São sinais de que a vida assim como o amor, podem ser traduzidos de formas diversas inclusive, entrelaçados num doce abraço em momentos primordiais.
Mara Teles