Naquela tarde nublada pra combinar comigo entrei no quarto disposta a arrumar a mala, a arrumar a minha vida que por muito tempo eu adiava, mas que naquele dia acordei decidida.
A mudança seria de fato inevitável e eu tinha que aceitar isso como um processo natural da vida, mudar é evolui para algo que nós torne melhor e eu estava começando a entender isso.
Enquanto eu fazia a mala fui deixando fora dela tudo aquilo que já não me servia mais, pois havia ali coisas que já não cabiam em minha nova vida e coisas que simplesmente não poderia levar comigo por que precisavam continuar onde estavam e vou levá - las somente na memória. Quando eu acabei de arrumar tudo eu sentei na cama e pensei o quanto tudo iria mudar a partir do momento em que eu me arriscasse a sair pela porta, a sair da proteção quase que divina que minha casa me proporcionava mas a vida me chamava e eu não podia me negar a ouvir.
O mais engraçado dessa tarde nublada é que eu aprendi a última lição que precisa aprender antes de ir, a minha mala me ensinou a levar para vida somente aquilo que me cabe seja lá roupas, objetos, lembranças ou pessoas. Então eu sair do quarto mais leve e menos nublada embora o tempo lá fora continuasse exatamente igual.
Emanuele Aroeira
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Mala
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