Restam apenas lembranças
Do despontar da existência.
Lúdicas fantasias da inocência,
Perderam-se pelas andanças,
Nos abruptos caminhos do orbe
Abjeto, injusto, vil, desigual...
Onde vigora a sanha brutal
Que impõe um padrão esnobe.
Oh! Quanta saudade, meu Deus...
Do limiar da minha infância.
No dealbar daquela instância,
Os lenços brancos do adeus
Que guardei no pensamento,
Hão de servir para enxugar
As lágrimas que eu derramar
A partir de algum momento.
Oh! quem dera poder voltar
Ao mundo do faz de conta,
Onde a vida se encanta
Numa candura salutar,
Para brincar de ser feliz
E depois jogar ao vento
Imagens do pensamento
E as aquarelas que fiz.