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Espinhos ferindo o horizonte

Espinhos ferindo o horizonte
Helio Valim
Dec. 22 - 2 min read
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Concreto, aço e vidro elementos que delineiam a paisagem, desenhada por monumentais estruturas onde pessoas amontoam-se, trabalham e vivem suas vidas em complexas rotinas codificadas em função dessas concentrações humanas.

A escala humana é desconsiderada, objetivando a construção de torres que extrapolam, em muitas centenas de metros, qualquer referência, fazendo com que as skylines desses centros lembrem  ouriços-do-mar, ou "mar de cactos", com seus espinhos ferindo o horizonte.

As referências que nos confortam e nos orientam na movimentação nesses centros, como por exemplo: praças, ruas e locais de encontro, perdem a sua escala, sendo massacrados pelas grandes estruturas opressoras ou se adequam a nova realidade e são projetadas como grandes espaços vazios desumanizados.

Desordenadamente essas estruturas pontiagudas, que ameaçam as nuvens com seus píncaros afiados, vão substituindo pequenas edificações seculares, acolhedoras, mas que não resistem e sucumbem à ganância de especuladores.

A concentração humana em edificações cada dia mais verticalizadas, em detrimento da distribuição da malha urbana de forma horizontal, tira a humanidade dos espaços públicos, muitas vezes acarreta sobrecarga nos serviços das concessionárias e torna a mobilidade urbana caótica, mas gera maior lucratividade para os especuladores, em função valorização artificial desses locais.

O tratamento para esse mal urbano deve ser radical, incluindo desde a conscientização da população até a formulação de políticas públicas que reduzam e preservem os gabaritos desses locais. Além de restrições específicas às construções que não apresentem estudos de análise dos impactos ambientais, sociais e urbanos.

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