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Cecília

Cecília
Matheus Dionisio
dez. 3 - 42 min de leitura
010

Cara ou coroa?

Cara ou coroa?
Coroa ou cara?
Coroa ou cara?

Como eram as regras mesmo? Cecília não lembrava, nem mesmo acreditava, no que havia sido entregue para ela, “um presente” dizia o velho misterioso, claro que aquilo era curioso. Mas será que era verdade?

A única maneira de saber era tentando, por mais que o bom senso a fizesse pensar, “não faça essa estupidez Cecília”, “ isso é história de gente louca”.

Naquela manhã ela havia acordado, como todas as outras, tomou banho, e correu, não dava tempo para tomar café e ela nem queria, pensava como gostaria de acordar tarde, cansada já dessa rotina. Saiu de casa, foi para a papelaria, respirou fundo, seguiu andando, chegou a papelaria, seu pai havia pedido que ela limpasse o chão aquele dia, a livraria estava bem suja e haveria tempo, em plena segunda-feira ninguém entraria lá. Enquanto esfregava o chão pensava em sua vida, a livraria que não vendia, só ter um emprego na loja de seus pais, a segunda faculdade trancada, psicologia ou administração? Aquele rapaz, será que ela gostava dele? Queria um pouco mais de dinheiro como qualquer pessoa normal. Voltou a pensar na faculdade, se iria para uma faculdade distante ou fazia ali na cidade vizinha. Lembrou da sua primeira faculdade começada, arquitetura, sonho de estudante pós escola, construir cidades, pensava ela, desenhos no horizontes que durarão séculos, pobre menina, não suportou os cálculos de estrutura ou a história das construções e seus estilos históricos, de fato, aquilo não era pra ela. Seu pai havia estudado direito, era o sonho dele que não pode viver, homem de família que casou cedo, passou um perrengue danado para sustentar a família, juntou todo dinheiro que tinha para construir aquela papelaria, a ideia dele não era ruim, advogados ainda usavam papel, escolas usavam papel, escritórios de todo tipo usavam papel, o ser humano tem mais dependência por papel do que por comida, era o que ele pensava, mas nos últimos tempos os negócios iam mal, pobrezinho, tudo estava caro, a concorrência estava difícil e todos estavam desanimados, Cecília estava desempregada e foi cuidar da loja enquanto seu pai cuidava do Uber e assim iam se virando. Quando viu a filha indecisa na profissão, contou à ela o seu sonho, de ser um homem de gravata, Dr. Henrique Seveiro, um bata nome para advogado, não é mesmo?
Na mesma semana Cecília se matriculou.

Pobre garota, de uma coisa seu pai tinha razão, advogados adoravam papel, nunca viu tantas folhas, tantas letras, tantas palavras, tanto tudo, e tudo era demais para ela. O semestre não chegou nem até a metade.

E ali estava Cecília, pobre menina, o que fazer agora? Psicologia? Adorava as pessoas. Ou administração, para ajudar seus pais? E ainda tinha aquele rapaz, pobre Cecília, mais isso para incomoda-la, ele era um cara legal, mas será que ele gostava dela? Pior, ela gostava dele? Será que se alisasse o cabelo ele ficaria mais legal e chamaria mais atenção? Ou seria melhor encaracolado como estava? “O que eu vou comprar quando receber o salário, um celular novo, (o meu já ta velhinho, ou um guardo na poupança)” pensava ela enquando limpava o chão? “Eu não devia sair de casa?”, “Será que estou sendo um peso?”, “Será que eu consigo outro emprego fora daqui?”, “se eu não sair daqui como vou saber se consigo trabalhar em outro lugar?”, “acho que to desperdiçando tempo aqui”, “to desperdiçando minha juventude na empresa dos meus pais”, “ o que eu to fazendo da minha vida?”. Pobre menina, uma lágrima se misturou a água no balde para limpar o chão. Pobre menina. A única certeza que ela tinha é que ela odiava papeis.

Na hora do almoço ela saiu para comprar uma marmita, baixou a porta loja, colocou a plaquinha, “volto logo”, irônico, correu até o restaurante à três quadras de distância, carne de panela, era bom, pegou uma coca, pagou, colocou na sacola, e saiu pela rua em direção a loja, a três na esquina da papelaria um velho sujo e encardido esbarrou nela, marmita e coca-cola no chão, Cecilia engoliu o palavrão, mas na cabeça soaram pelo menos uns dez, o velho não pediu desculpas, deu um passo para trás observando a menina olhando incrédula para o chão, acredito que havia um sorrisinho no rosto dele, mas não posso dizer com certeza. Antes que Cecilia dissesse a primeira palavra ele puxou uma moeda do bolso e entregou a ela:

- Desculpa guria, pega aqui, para compensar a marmita.

- Ham? – ela ainda tava muito brava – Olha, eu não vou conseguir comprar outra marmita com isso, e nem tenho tempo, aliás, eles nem vão aceitar essa moeda, ela nem é daqui, de onde é isso?

- Ei, respeite essa moeda, não vai querer ela brava com você.

- Do que o senhor ta falando?

- Essa “moeda” tem poderes, ela pode te transformar em outra pessoa.

- Ahan.

- Se você não acredita, problema seu.

- Se ela é mágica mesmo por que o senhor ta dando para mim?

- Eu carreguei ela por muito tempo, e os poderes dela não tem muito valor para mim, ela precisa de um novo dono que de um pouco de aventura para ela e eu derrubei sua comida, não tenho outra coisa pra te compensar agora.

- E o que ela faz já que é mágica, vira uma lança que solta raios?

- Não, essa eu dei para o meu filho. Mas essa moeda tem o poder de te colocar na vida de outra pessoa.

- Como assim?

- Olha, você joga a moeda para cima, enquanto ela estiver no ar você pensa em uma pessoa que você gostaria de ser, se der cara você vira quem pensou.

- E se der coroa?

- Você vira quem a moeda quiser, mas tem uma coisa, a cada uso da moeda ela não pode ser usada por um dia inteiro. Agora vou indo nessa.

Enquanto o homem misterioso atravessava a rua Cecilia olhava sem entender para ele, será que realmente aquilo era verdade? “Não sou tão idiota para cair em uma brincadeira dessas” pensava ela, “e se for verdade”. Ela olhava o velho se afastar cada vez mais enquanto pensava nas regras que ele havia explicado; cara ou coroa, 24 horas... Ela guardou a moeda no bolso junto com a chave, e seguiu andando de volta para a loja. Um barulho do outro lado da rua chamou sua atenção enquanto ela puxava a chave, estavam instalando um grande outdoor de um novo escritório de direito da cidade, no painel uma linda mulher loira, Drª Paula Brandão, linda com seus trinta e poucos anos, cabelos loiros e sedosos, duas noites atrás havia passado uma matéria no jornal sobre ela e seu marido, um casal de sucesso. O homem do jornal dizia:

“Casal Brandão, o casal dos sonhos na área de direito...

...é impressionante a trajetória que esse casal realizou para chegar até aqui, construindo sua carreira de maneira solida através da ética e compromisso... Drª Paula, como foi para a senhora essa trajetória de ascenção que muitos considerariam rápida para sua área?... Há, querido, estou muito contente e nada veio fácil, nós cuidamos de nossos clientes com muito amor...”

Enquanto Cecilia puxava a chave para abrir a loja, ela pensava como devia ser boa a vida daquela mulher, e pensou: “ah se eu fosse como ela” enquanto puxava a chave a moeda mágica caiu de seu bolso e ela olhou para conseguir reparar o que era o peso que ela sentiu saindo de seu bolso, quando conseguiu se dar conta do que estava caindo de junto de si se deparou com a moeda que rodava com um tilintar agudo no chão que rodava, cara, coroa, cara, coroa, cara...

 

Blog Original: 

Cara ou coroa?

Cara ou coroa?
Coroa ou cara?
Coroa ou cara?

Como eram as regras mesmo? Cecília não lembrava, nem mesmo acreditava, no que havia sido entregue para ela, “um presente” dizia o velho misterioso, claro que aquilo era curioso. Mas será que era verdade?

A única maneira de saber era tentando, por mais que o bom senso a fizesse pensar, “não faça essa estupidez Cecília”, “ isso é história de gente louca”.

Naquela manhã ela havia acordado, como todas as outras, tomou banho, e correu, não dava tempo para tomar café e ela nem queria, pensava como gostaria de acordar tarde, cansada já dessa rotina. Saiu de casa, foi para a papelaria, respirou fundo, seguiu andando, chegou a papelaria, seu pai havia pedido que ela limpasse o chão aquele dia, a livraria estava bem suja e haveria tempo, em plena segunda-feira ninguém entraria lá. Enquanto esfregava o chão pensava em sua vida, a livraria que não vendia, só ter um emprego na loja de seus pais, a segunda faculdade trancada, psicologia ou administração? Aquele rapaz, será que ela gostava dele? Queria um pouco mais de dinheiro como qualquer pessoa normal. Voltou a pensar na faculdade, se iria para uma faculdade distante ou fazia ali na cidade vizinha. Lembrou da sua primeira faculdade começada, arquitetura, sonho de estudante pós escola, construir cidades, pensava ela, desenhos no horizontes que durarão séculos, pobre menina, não suportou os cálculos de estrutura ou a história das construções e seus estilos históricos, de fato, aquilo não era pra ela. Seu pai havia estudado direito, era o sonho dele que não pode viver, homem de família que casou cedo, passou um perrengue danado para sustentar a família, juntou todo dinheiro que tinha para construir aquela papelaria, a ideia dele não era ruim, advogados ainda usavam papel, escolas usavam papel, escritórios de todo tipo usavam papel, o ser humano tem mais dependência por papel do que por comida, era o que ele pensava, mas nos últimos tempos os negócios iam mal, pobrezinho, tudo estava caro, a concorrência estava difícil e todos estavam desanimados, Cecília estava desempregada e foi cuidar da loja enquanto seu pai cuidava do Uber e assim iam se virando. Quando viu a filha indecisa na profissão, contou à ela o seu sonho, de ser um homem de gravata, Dr. Henrique Seveiro, um bata nome para advogado, não é mesmo?
Na mesma semana Cecília se matriculou.

Pobre garota, de uma coisa seu pai tinha razão, advogados adoravam papel, nunca viu tantas folhas, tantas letras, tantas palavras, tanto tudo, e tudo era demais para ela. O semestre não chegou nem até a metade.

E ali estava Cecília, pobre menina, o que fazer agora? Psicologia? Adorava as pessoas. Ou administração, para ajudar seus pais? E ainda tinha aquele rapaz, pobre Cecília, mais isso para incomoda-la, ele era um cara legal, mas será que ele gostava dela? Pior, ela gostava dele? Será que se alisasse o cabelo ele ficaria mais legal e chamaria mais atenção? Ou seria melhor encaracolado como estava? “O que eu vou comprar quando receber o salário, um celular novo, (o meu já ta velhinho, ou um guardo na poupança)” pensava ela enquando limpava o chão? “Eu não devia sair de casa?”, “Será que estou sendo um peso?”, “Será que eu consigo outro emprego fora daqui?”, “se eu não sair daqui como vou saber se consigo trabalhar em outro lugar?”, “acho que to desperdiçando tempo aqui”, “to desperdiçando minha juventude na empresa dos meus pais”, “ o que eu to fazendo da minha vida?”. Pobre menina, uma lágrima se misturou a água no balde para limpar o chão. Pobre menina. A única certeza que ela tinha é que ela odiava papeis.

Na hora do almoço ela saiu para comprar uma marmita, baixou a porta loja, colocou a plaquinha, “volto logo”, irônico, correu até o restaurante à três quadras de distância, carne de panela, era bom, pegou uma coca, pagou, colocou na sacola, e saiu pela rua em direção a loja, a três na esquina da papelaria um velho sujo e encardido esbarrou nela, marmita e coca-cola no chão, Cecilia engoliu o palavrão, mas na cabeça soaram pelo menos uns dez, o velho não pediu desculpas, deu um passo para trás observando a menina olhando incrédula para o chão, acredito que havia um sorrisinho no rosto dele, mas não posso dizer com certeza. Antes que Cecilia dissesse a primeira palavra ele puxou uma moeda do bolso e entregou a ela:

- Desculpa guria, pega aqui, para compensar a marmita.

- Ham? – ela ainda tava muito brava – Olha, eu não vou conseguir comprar outra marmita com isso, e nem tenho tempo, aliás, eles nem vão aceitar essa moeda, ela nem é daqui, de onde é isso?

- Ei, respeite essa moeda, não vai querer ela brava com você.

- Do que o senhor ta falando?

- Essa “moeda” tem poderes, ela pode te transformar em outra pessoa.

- Ahan.

- Se você não acredita, problema seu.

- Se ela é mágica mesmo por que o senhor ta dando para mim?

- Eu carreguei ela por muito tempo, e os poderes dela não tem muito valor para mim, ela precisa de um novo dono que de um pouco de aventura para ela e eu derrubei sua comida, não tenho outra coisa pra te compensar agora.

- E o que ela faz já que é mágica, vira uma lança que solta raios?

- Não, essa eu dei para o meu filho. Mas essa moeda tem o poder de te colocar na vida de outra pessoa.

- Como assim?

- Olha, você joga a moeda para cima, enquanto ela estiver no ar você pensa em uma pessoa que você gostaria de ser, se der cara você vira quem pensou.

- E se der coroa?

- Você vira quem a moeda quiser, mas tem uma coisa, a cada uso da moeda ela não pode ser usada por um dia inteiro. Agora vou indo nessa.

Enquanto o homem misterioso atravessava a rua Cecilia olhava sem entender para ele, será que realmente aquilo era verdade? “Não sou tão idiota para cair em uma brincadeira dessas” pensava ela, “e se for verdade”. Ela olhava o velho se afastar cada vez mais enquanto pensava nas regras que ele havia explicado; cara ou coroa, 24 horas... Ela guardou a moeda no bolso junto com a chave, e seguiu andando de volta para a loja. Um barulho do outro lado da rua chamou sua atenção enquanto ela puxava a chave, estavam instalando um grande outdoor de um novo escritório de direito da cidade, no painel uma linda mulher loira, Drª Paula Brandão, linda com seus trinta e poucos anos, cabelos loiros e sedosos, duas noites atrás havia passado uma matéria no jornal sobre ela e seu marido, um casal de sucesso. O homem do jornal dizia:

“Casal Brandão, o casal dos sonhos na área de direito...

...é impressionante a trajetória que esse casal realizou para chegar até aqui, construindo sua carreira de maneira solida através da ética e compromisso... Drª Paula, como foi para a senhora essa trajetória de ascenção que muitos considerariam rápida para sua área?... Há, querido, estou muito contente e nada veio fácil, nós cuidamos de nossos clientes com muito amor...”

Enquanto Cecilia puxava a chave para abrir a loja, ela pensava como devia ser boa a vida daquela mulher, e pensou: “ah se eu fosse como ela” enquanto puxava a chave a moeda mágica caiu de seu bolso e ela olhou para conseguir reparar o que era o peso que ela sentiu saindo de seu bolso, quando conseguiu se dar conta do que estava caindo de junto de si se deparou com a moeda que rodava com um tilintar agudo no chão que rodava, cara, coroa, cara, coroa, cara...

 

Blog original:

Cara ou coroa?

Cara ou coroa?
Coroa ou cara?
Coroa ou cara?

Como eram as regras mesmo? Cecília não lembrava, nem mesmo acreditava, no que havia sido entregue para ela, “um presente” dizia o velho misterioso, claro que aquilo era curioso. Mas será que era verdade?

A única maneira de saber era tentando, por mais que o bom senso a fizesse pensar, “não faça essa estupidez Cecília”, “ isso é história de gente louca”.

Naquela manhã ela havia acordado, como todas as outras, tomou banho, e correu, não dava tempo para tomar café e ela nem queria, pensava como gostaria de acordar tarde, cansada já dessa rotina. Saiu de casa, foi para a papelaria, respirou fundo, seguiu andando, chegou a papelaria, seu pai havia pedido que ela limpasse o chão aquele dia, a livraria estava bem suja e haveria tempo, em plena segunda-feira ninguém entraria lá. Enquanto esfregava o chão pensava em sua vida, a livraria que não vendia, só ter um emprego na loja de seus pais, a segunda faculdade trancada, psicologia ou administração? Aquele rapaz, será que ela gostava dele? Queria um pouco mais de dinheiro como qualquer pessoa normal. Voltou a pensar na faculdade, se iria para uma faculdade distante ou fazia ali na cidade vizinha. Lembrou da sua primeira faculdade começada, arquitetura, sonho de estudante pós escola, construir cidades, pensava ela, desenhos no horizontes que durarão séculos, pobre menina, não suportou os cálculos de estrutura ou a história das construções e seus estilos históricos, de fato, aquilo não era pra ela. Seu pai havia estudado direito, era o sonho dele que não pode viver, homem de família que casou cedo, passou um perrengue danado para sustentar a família, juntou todo dinheiro que tinha para construir aquela papelaria, a ideia dele não era ruim, advogados ainda usavam papel, escolas usavam papel, escritórios de todo tipo usavam papel, o ser humano tem mais dependência por papel do que por comida, era o que ele pensava, mas nos últimos tempos os negócios iam mal, pobrezinho, tudo estava caro, a concorrência estava difícil e todos estavam desanimados, Cecília estava desempregada e foi cuidar da loja enquanto seu pai cuidava do Uber e assim iam se virando. Quando viu a filha indecisa na profissão, contou à ela o seu sonho, de ser um homem de gravata, Dr. Henrique Seveiro, um bata nome para advogado, não é mesmo?
Na mesma semana Cecília se matriculou.

Pobre garota, de uma coisa seu pai tinha razão, advogados adoravam papel, nunca viu tantas folhas, tantas letras, tantas palavras, tanto tudo, e tudo era demais para ela. O semestre não chegou nem até a metade.

E ali estava Cecília, pobre menina, o que fazer agora? Psicologia? Adorava as pessoas. Ou administração, para ajudar seus pais? E ainda tinha aquele rapaz, pobre Cecília, mais isso para incomoda-la, ele era um cara legal, mas será que ele gostava dela? Pior, ela gostava dele? Será que se alisasse o cabelo ele ficaria mais legal e chamaria mais atenção? Ou seria melhor encaracolado como estava? “O que eu vou comprar quando receber o salário, um celular novo, (o meu já ta velhinho, ou um guardo na poupança)” pensava ela enquando limpava o chão? “Eu não devia sair de casa?”, “Será que estou sendo um peso?”, “Será que eu consigo outro emprego fora daqui?”, “se eu não sair daqui como vou saber se consigo trabalhar em outro lugar?”, “acho que to desperdiçando tempo aqui”, “to desperdiçando minha juventude na empresa dos meus pais”, “ o que eu to fazendo da minha vida?”. Pobre menina, uma lágrima se misturou a água no balde para limpar o chão. Pobre menina. A única certeza que ela tinha é que ela odiava papeis.

Na hora do almoço ela saiu para comprar uma marmita, baixou a porta loja, colocou a plaquinha, “volto logo”, irônico, correu até o restaurante à três quadras de distância, carne de panela, era bom, pegou uma coca, pagou, colocou na sacola, e saiu pela rua em direção a loja, a três na esquina da papelaria um velho sujo e encardido esbarrou nela, marmita e coca-cola no chão, Cecilia engoliu o palavrão, mas na cabeça soaram pelo menos uns dez, o velho não pediu desculpas, deu um passo para trás observando a menina olhando incrédula para o chão, acredito que havia um sorrisinho no rosto dele, mas não posso dizer com certeza. Antes que Cecilia dissesse a primeira palavra ele puxou uma moeda do bolso e entregou a ela:

- Desculpa guria, pega aqui, para compensar a marmita.

- Ham? – ela ainda tava muito brava – Olha, eu não vou conseguir comprar outra marmita com isso, e nem tenho tempo, aliás, eles nem vão aceitar essa moeda, ela nem é daqui, de onde é isso?

- Ei, respeite essa moeda, não vai querer ela brava com você.

- Do que o senhor ta falando?

- Essa “moeda” tem poderes, ela pode te transformar em outra pessoa.

- Ahan.

- Se você não acredita, problema seu.

- Se ela é mágica mesmo por que o senhor ta dando para mim?

- Eu carreguei ela por muito tempo, e os poderes dela não tem muito valor para mim, ela precisa de um novo dono que de um pouco de aventura para ela e eu derrubei sua comida, não tenho outra coisa pra te compensar agora.

- E o que ela faz já que é mágica, vira uma lança que solta raios?

- Não, essa eu dei para o meu filho. Mas essa moeda tem o poder de te colocar na vida de outra pessoa.

- Como assim?

- Olha, você joga a moeda para cima, enquanto ela estiver no ar você pensa em uma pessoa que você gostaria de ser, se der cara você vira quem pensou.

- E se der coroa?

- Você vira quem a moeda quiser, mas tem uma coisa, a cada uso da moeda ela não pode ser usada por um dia inteiro. Agora vou indo nessa.

Enquanto o homem misterioso atravessava a rua Cecilia olhava sem entender para ele, será que realmente aquilo era verdade? “Não sou tão idiota para cair em uma brincadeira dessas” pensava ela, “e se for verdade”. Ela olhava o velho se afastar cada vez mais enquanto pensava nas regras que ele havia explicado; cara ou coroa, 24 horas... Ela guardou a moeda no bolso junto com a chave, e seguiu andando de volta para a loja. Um barulho do outro lado da rua chamou sua atenção enquanto ela puxava a chave, estavam instalando um grande outdoor de um novo escritório de direito da cidade, no painel uma linda mulher loira, Drª Paula Brandão, linda com seus trinta e poucos anos, cabelos loiros e sedosos, duas noites atrás havia passado uma matéria no jornal sobre ela e seu marido, um casal de sucesso. O homem do jornal dizia:

“Casal Brandão, o casal dos sonhos na área de direito...

...é impressionante a trajetória que esse casal realizou para chegar até aqui, construindo sua carreira de maneira solida através da ética e compromisso... Drª Paula, como foi para a senhora essa trajetória de ascenção que muitos considerariam rápida para sua área?... Há, querido, estou muito contente e nada veio fácil, nós cuidamos de nossos clientes com muito amor...”

Enquanto Cecilia puxava a chave para abrir a loja, ela pensava como devia ser boa a vida daquela mulher, e pensou: “ah se eu fosse como ela” enquanto puxava a chave a moeda mágica caiu de seu bolso e ela olhou para conseguir reparar o que era o peso que ela sentiu saindo de seu bolso, quando conseguiu se dar conta do que estava caindo de junto de si se deparou com a moeda que rodava com um tilintar agudo no chão que rodava, cara, coroa, cara, coroa, cara...

Cara ou coroa?

Cara ou coroa?
Coroa ou cara?
Coroa ou cara?

Como eram as regras mesmo? Cecília não lembrava, nem mesmo acreditava, no que havia sido entregue para ela, “um presente” dizia o velho misterioso, claro que aquilo era curioso. Mas será que era verdade?

A única maneira de saber era tentando, por mais que o bom senso a fizesse pensar, “não faça essa estupidez Cecília”, “ isso é história de gente louca”.

Naquela manhã ela havia acordado, como todas as outras, tomou banho, e correu, não dava tempo para tomar café e ela nem queria, pensava como gostaria de acordar tarde, cansada já dessa rotina. Saiu de casa, foi para a papelaria, respirou fundo, seguiu andando, chegou a papelaria, seu pai havia pedido que ela limpasse o chão aquele dia, a livraria estava bem suja e haveria tempo, em plena segunda-feira ninguém entraria lá. Enquanto esfregava o chão pensava em sua vida, a livraria que não vendia, só ter um emprego na loja de seus pais, a segunda faculdade trancada, psicologia ou administração? Aquele rapaz, será que ela gostava dele? Queria um pouco mais de dinheiro como qualquer pessoa normal. Voltou a pensar na faculdade, se iria para uma faculdade distante ou fazia ali na cidade vizinha. Lembrou da sua primeira faculdade começada, arquitetura, sonho de estudante pós escola, construir cidades, pensava ela, desenhos no horizontes que durarão séculos, pobre menina, não suportou os cálculos de estrutura ou a história das construções e seus estilos históricos, de fato, aquilo não era pra ela. Seu pai havia estudado direito, era o sonho dele que não pode viver, homem de família que casou cedo, passou um perrengue danado para sustentar a família, juntou todo dinheiro que tinha para construir aquela papelaria, a ideia dele não era ruim, advogados ainda usavam papel, escolas usavam papel, escritórios de todo tipo usavam papel, o ser humano tem mais dependência por papel do que por comida, era o que ele pensava, mas nos últimos tempos os negócios iam mal, pobrezinho, tudo estava caro, a concorrência estava difícil e todos estavam desanimados, Cecília estava desempregada e foi cuidar da loja enquanto seu pai cuidava do Uber e assim iam se virando. Quando viu a filha indecisa na profissão, contou à ela o seu sonho, de ser um homem de gravata, Dr. Henrique Seveiro, um bata nome para advogado, não é mesmo?
Na mesma semana Cecília se matriculou.

Pobre garota, de uma coisa seu pai tinha razão, advogados adoravam papel, nunca viu tantas folhas, tantas letras, tantas palavras, tanto tudo, e tudo era demais para ela. O semestre não chegou nem até a metade.

E ali estava Cecília, pobre menina, o que fazer agora? Psicologia? Adorava as pessoas. Ou administração, para ajudar seus pais? E ainda tinha aquele rapaz, pobre Cecília, mais isso para incomoda-la, ele era um cara legal, mas será que ele gostava dela? Pior, ela gostava dele? Será que se alisasse o cabelo ele ficaria mais legal e chamaria mais atenção? Ou seria melhor encaracolado como estava? “O que eu vou comprar quando receber o salário, um celular novo, (o meu já ta velhinho, ou um guardo na poupança)” pensava ela enquando limpava o chão? “Eu não devia sair de casa?”, “Será que estou sendo um peso?”, “Será que eu consigo outro emprego fora daqui?”, “se eu não sair daqui como vou saber se consigo trabalhar em outro lugar?”, “acho que to desperdiçando tempo aqui”, “to desperdiçando minha juventude na empresa dos meus pais”, “ o que eu to fazendo da minha vida?”. Pobre menina, uma lágrima se misturou a água no balde para limpar o chão. Pobre menina. A única certeza que ela tinha é que ela odiava papeis.

Na hora do almoço ela saiu para comprar uma marmita, baixou a porta loja, colocou a plaquinha, “volto logo”, irônico, correu até o restaurante à três quadras de distância, carne de panela, era bom, pegou uma coca, pagou, colocou na sacola, e saiu pela rua em direção a loja, a três na esquina da papelaria um velho sujo e encardido esbarrou nela, marmita e coca-cola no chão, Cecilia engoliu o palavrão, mas na cabeça soaram pelo menos uns dez, o velho não pediu desculpas, deu um passo para trás observando a menina olhando incrédula para o chão, acredito que havia um sorrisinho no rosto dele, mas não posso dizer com certeza. Antes que Cecilia dissesse a primeira palavra ele puxou uma moeda do bolso e entregou a ela:

- Desculpa guria, pega aqui, para compensar a marmita.

- Ham? – ela ainda tava muito brava – Olha, eu não vou conseguir comprar outra marmita com isso, e nem tenho tempo, aliás, eles nem vão aceitar essa moeda, ela nem é daqui, de onde é isso?

- Ei, respeite essa moeda, não vai querer ela brava com você.

- Do que o senhor ta falando?

- Essa “moeda” tem poderes, ela pode te transformar em outra pessoa.

- Ahan.

- Se você não acredita, problema seu.

- Se ela é mágica mesmo por que o senhor ta dando para mim?

- Eu carreguei ela por muito tempo, e os poderes dela não tem muito valor para mim, ela precisa de um novo dono que de um pouco de aventura para ela e eu derrubei sua comida, não tenho outra coisa pra te compensar agora.

- E o que ela faz já que é mágica, vira uma lança que solta raios?

- Não, essa eu dei para o meu filho. Mas essa moeda tem o poder de te colocar na vida de outra pessoa.

- Como assim?

- Olha, você joga a moeda para cima, enquanto ela estiver no ar você pensa em uma pessoa que você gostaria de ser, se der cara você vira quem pensou.

- E se der coroa?

- Você vira quem a moeda quiser, mas tem uma coisa, a cada uso da moeda ela não pode ser usada por um dia inteiro. Agora vou indo nessa.

Enquanto o homem misterioso atravessava a rua Cecilia olhava sem entender para ele, será que realmente aquilo era verdade? “Não sou tão idiota para cair em uma brincadeira dessas” pensava ela, “e se for verdade”. Ela olhava o velho se afastar cada vez mais enquanto pensava nas regras que ele havia explicado; cara ou coroa, 24 horas... Ela guardou a moeda no bolso junto com a chave, e seguiu andando de volta para a loja. Um barulho do outro lado da rua chamou sua atenção enquanto ela puxava a chave, estavam instalando um grande outdoor de um novo escritório de direito da cidade, no painel uma linda mulher loira, Drª Paula Brandão, linda com seus trinta e poucos anos, cabelos loiros e sedosos, duas noites atrás havia passado uma matéria no jornal sobre ela e seu marido, um casal de sucesso. O homem do jornal dizia:

“Casal Brandão, o casal dos sonhos na área de direito...

...é impressionante a trajetória que esse casal realizou para chegar até aqui, construindo sua carreira de maneira solida através da ética e compromisso... Drª Paula, como foi para a senhora essa trajetória de ascenção que muitos considerariam rápida para sua área?... Há, querido, estou muito contente e nada veio fácil, nós cuidamos de nossos clientes com muito amor...”

Enquanto Cecilia puxava a chave para abrir a loja, ela pensava como devia ser boa a vida daquela mulher, e pensou: “ah se eu fosse como ela” enquanto puxava a chave a moeda mágica caiu de seu bolso e ela olhou para conseguir reparar o que era o peso que ela sentiu saindo de seu bolso, quando conseguiu se dar conta do que estava caindo de junto de si se deparou com a moeda que rodava com um tilintar agudo no chão que rodava, cara, coroa, cara, coroa, cara...

Cara ou coroa?

Cara ou coroa?
Coroa ou cara?
Coroa ou cara?

Como eram as regras mesmo? Cecília não lembrava, nem mesmo acreditava, no que havia sido entregue para ela, “um presente” dizia o velho misterioso, claro que aquilo era curioso. Mas será que era verdade?

A única maneira de saber era tentando, por mais que o bom senso a fizesse pensar, “não faça essa estupidez Cecília”, “ isso é história de gente louca”.

Naquela manhã ela havia acordado, como todas as outras, tomou banho, e correu, não dava tempo para tomar café e ela nem queria, pensava como gostaria de acordar tarde, cansada já dessa rotina. Saiu de casa, foi para a papelaria, respirou fundo, seguiu andando, chegou a papelaria, seu pai havia pedido que ela limpasse o chão aquele dia, a livraria estava bem suja e haveria tempo, em plena segunda-feira ninguém entraria lá. Enquanto esfregava o chão pensava em sua vida, a livraria que não vendia, só ter um emprego na loja de seus pais, a segunda faculdade trancada, psicologia ou administração? Aquele rapaz, será que ela gostava dele? Queria um pouco mais de dinheiro como qualquer pessoa normal. Voltou a pensar na faculdade, se iria para uma faculdade distante ou fazia ali na cidade vizinha. Lembrou da sua primeira faculdade começada, arquitetura, sonho de estudante pós escola, construir cidades, pensava ela, desenhos no horizontes que durarão séculos, pobre menina, não suportou os cálculos de estrutura ou a história das construções e seus estilos históricos, de fato, aquilo não era pra ela. Seu pai havia estudado direito, era o sonho dele que não pode viver, homem de família que casou cedo, passou um perrengue danado para sustentar a família, juntou todo dinheiro que tinha para construir aquela papelaria, a ideia dele não era ruim, advogados ainda usavam papel, escolas usavam papel, escritórios de todo tipo usavam papel, o ser humano tem mais dependência por papel do que por comida, era o que ele pensava, mas nos últimos tempos os negócios iam mal, pobrezinho, tudo estava caro, a concorrência estava difícil e todos estavam desanimados, Cecília estava desempregada e foi cuidar da loja enquanto seu pai cuidava do Uber e assim iam se virando. Quando viu a filha indecisa na profissão, contou à ela o seu sonho, de ser um homem de gravata, Dr. Henrique Seveiro, um bata nome para advogado, não é mesmo?
Na mesma semana Cecília se matriculou.

Pobre garota, de uma coisa seu pai tinha razão, advogados adoravam papel, nunca viu tantas folhas, tantas letras, tantas palavras, tanto tudo, e tudo era demais para ela. O semestre não chegou nem até a metade.

E ali estava Cecília, pobre menina, o que fazer agora? Psicologia? Adorava as pessoas. Ou administração, para ajudar seus pais? E ainda tinha aquele rapaz, pobre Cecília, mais isso para incomoda-la, ele era um cara legal, mas será que ele gostava dela? Pior, ela gostava dele? Será que se alisasse o cabelo ele ficaria mais legal e chamaria mais atenção? Ou seria melhor encaracolado como estava? “O que eu vou comprar quando receber o salário, um celular novo, (o meu já ta velhinho, ou um guardo na poupança)” pensava ela enquando limpava o chão? “Eu não devia sair de casa?”, “Será que estou sendo um peso?”, “Será que eu consigo outro emprego fora daqui?”, “se eu não sair daqui como vou saber se consigo trabalhar em outro lugar?”, “acho que to desperdiçando tempo aqui”, “to desperdiçando minha juventude na empresa dos meus pais”, “ o que eu to fazendo da minha vida?”. Pobre menina, uma lágrima se misturou a água no balde para limpar o chão. Pobre menina. A única certeza que ela tinha é que ela odiava papeis.

Na hora do almoço ela saiu para comprar uma marmita, baixou a porta loja, colocou a plaquinha, “volto logo”, irônico, correu até o restaurante à três quadras de distância, carne de panela, era bom, pegou uma coca, pagou, colocou na sacola, e saiu pela rua em direção a loja, a três na esquina da papelaria um velho sujo e encardido esbarrou nela, marmita e coca-cola no chão, Cecilia engoliu o palavrão, mas na cabeça soaram pelo menos uns dez, o velho não pediu desculpas, deu um passo para trás observando a menina olhando incrédula para o chão, acredito que havia um sorrisinho no rosto dele, mas não posso dizer com certeza. Antes que Cecilia dissesse a primeira palavra ele puxou uma moeda do bolso e entregou a ela:

- Desculpa guria, pega aqui, para compensar a marmita.

- Ham? – ela ainda tava muito brava – Olha, eu não vou conseguir comprar outra marmita com isso, e nem tenho tempo, aliás, eles nem vão aceitar essa moeda, ela nem é daqui, de onde é isso?

- Ei, respeite essa moeda, não vai querer ela brava com você.

- Do que o senhor ta falando?

- Essa “moeda” tem poderes, ela pode te transformar em outra pessoa.

- Ahan.

- Se você não acredita, problema seu.

- Se ela é mágica mesmo por que o senhor ta dando para mim?

- Eu carreguei ela por muito tempo, e os poderes dela não tem muito valor para mim, ela precisa de um novo dono que de um pouco de aventura para ela e eu derrubei sua comida, não tenho outra coisa pra te compensar agora.

- E o que ela faz já que é mágica, vira uma lança que solta raios?

- Não, essa eu dei para o meu filho. Mas essa moeda tem o poder de te colocar na vida de outra pessoa.

- Como assim?

- Olha, você joga a moeda para cima, enquanto ela estiver no ar você pensa em uma pessoa que você gostaria de ser, se der cara você vira quem pensou.

- E se der coroa?

- Você vira quem a moeda quiser, mas tem uma coisa, a cada uso da moeda ela não pode ser usada por um dia inteiro. Agora vou indo nessa.

Enquanto o homem misterioso atravessava a rua Cecilia olhava sem entender para ele, será que realmente aquilo era verdade? “Não sou tão idiota para cair em uma brincadeira dessas” pensava ela, “e se for verdade”. Ela olhava o velho se afastar cada vez mais enquanto pensava nas regras que ele havia explicado; cara ou coroa, 24 horas... Ela guardou a moeda no bolso junto com a chave, e seguiu andando de volta para a loja. Um barulho do outro lado da rua chamou sua atenção enquanto ela puxava a chave, estavam instalando um grande outdoor de um novo escritório de direito da cidade, no painel uma linda mulher loira, Drª Paula Brandão, linda com seus trinta e poucos anos, cabelos loiros e sedosos, duas noites atrás havia passado uma matéria no jornal sobre ela e seu marido, um casal de sucesso. O homem do jornal dizia:

“Casal Brandão, o casal dos sonhos na área de direito...

...é impressionante a trajetória que esse casal realizou para chegar até aqui, construindo sua carreira de maneira solida através da ética e compromisso... Drª Paula, como foi para a senhora essa trajetória de ascenção que muitos considerariam rápida para sua área?... Há, querido, estou muito contente e nada veio fácil, nós cuidamos de nossos clientes com muito amor...”

Enquanto Cecilia puxava a chave para abrir a loja, ela pensava como devia ser boa a vida daquela mulher, e pensou: “ah se eu fosse como ela” enquanto puxava a chave a moeda mágica caiu de seu bolso e ela olhou para conseguir reparar o que era o peso que ela sentiu saindo de seu bolso, quando conseguiu se dar conta do que estava caindo de junto de si se deparou com a moeda que rodava com um tilintar agudo no chão que rodava, cara, coroa, cara, coroa, cara...

 

Blog Original: Palavras de um Simples Idiota.

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