Inúmeras vezes deste-me abrigo,
Eu te agradeci com a voz do silêncio,
Muitas vezes desabafei contigo
Os problemas que me deixavam tenso.
Recordo-me dos belos momentos
Que em teu tronco apoiado
Fluíam meus pensamentos
Em busca do passado.
Água, lágrimas, suor...
Regaram tuas raízes,
Em tua sombra nasceu amor,
Houve instantes felizes.
O sol, a chuva, insetos, ventos...
Castigaram-te muito cedo,
Destes frutos como alimento
E sombra como aconchego.
Hoje voltei para fazer-te uma visita,
Entretanto, encontro-te no chão,
Inerte, sem vida, morta, esquisita...
No meio da solidão.
Um inescrupuloso roubou a tua vida,
Com ironia, a golpes de machado,
Agora, os pássaros sem guarida,
Mudar-se-ão para outros prados.