a melancolia é o silêncio da minha vida
e por mais que belos momentos brilhem,
não passam disso: momentos, cujas notas se inscrevem no silêncio, que é tudo!
mas o silêncio, profundo
cala-me e é por isso que escrevo.
tropeço nas vírgulas
ensaio desesperos
vislumbro o suicidio.
se eu fosse Mau
seria um gênio do Mau
e se gênio não fosse
seria Mau, apenas, mas…Seria!
olho-me num espelho quebrado
e sozinho prossigo, levando
à frente tudo de errado.
sempre o mesmo sempre de sempre:
nem morro nem asfalto
nem samba nem rock
nem campo, nem cidade.
num canto, o banco tosco da derrota
convida-me a um sofrido repouso.
coloco sobre o banco o espelho
e, quebrado, caminho.
agora, a estrada torta parece iluminada!
compreendo as pinceladas de Van Gogh
e equilíbrio e ordem sugerem apenas
fugidias idéias desbotadas.
paro!
há silêncio.
eurio...
Marcelo E. de Oliveira