TAÇA DE VINHO
---------------------------VERA DI BOMFIM
De vermelho fulgor e suave odor,
Numa taça, translucido vinho.
Que sedenta eu solvo sem pudor
Realça-me emoções em torvelinho.
Gole a gole como à minha euforia,
A taça se esvazia e se enche
Em ato autônomo de alegoria
De uma alma em pleno avalanche
Como absolvo o vinho que sedenta solvo,
Por suas essências, transmutam-se
As emoções abrasadoras em que me envolvo
E por fim sob o meu olhar, na mesa,
Senão por réstias de luz preenchida,
Sobra uma taça vazia a espelhar leveza.