Dói, aqui na terra tudo dói
A terra quando
a gente pisa nela
Dói nela dói
Se tiver com pedrinhas dói mais mas é em mim
Se aperto dói, mas se me apertas...
Dói
Não chorar dói
Machuca dentro
Choro é como poesia
Cura de dentro pra fora
Chore poeta chore!
Acorde, pise firme nesse chão, com pedrinhas e de pé no chão
Aperta ai e aqui dentro de mim
Me rega com tua poesia o coração
Com seu choro lava a minha dor
Para que esse aperto seja diluído em lágrimas
Em rio de lágrimas
Em rio de menino risonho
Que mora ai dentro desse peito apertado
Folga...
Dá uma folga pra o peito
Dá uma folga pra o pranto
Dá uma folga para a dor
Pisa nela, suavemente
Até que ela se banhe no rio
Raso do riso profundo e frouxo
Amarelo
Desse menino poeta
Que pega a pedra, a dor, o pranto
E transfoma em rio, profundo...
em riso... em dor rasa
Em prosa!
Em poesia!
Sophia Sá Barretto
Portugal
(26/12/2020 - 9:24)
Para: "Poeta no século errado"
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