Na soleira da porta do fundo de casa
contemplo a chuva no meu quintal
Alegra-se o limoeiro
cujas folhas sorriem num rítmico balançar
As gotas d’água da chuva
isoladamente caídas sobre o telhado
escorrem pelas bicas das telhas
e unem-se às gotas, também isoladas, caídas sobre o chão
formando rios de brinquedo
que correm em leitos improvisados
e desaguam em barrocas cavadas
mares de fantasias
oceanos de imaginação
O vento sequestra o cheiro da terra
cobrando como resgate
a saudade das sombras ardidas em calor
do reclusado sol ardente
E o perfume da chuva vinda do ar
inebria de céu
a terra de meu quintal
onde me sinto parte de uma parte
da parte que se reparte
do mundo
onde viver é uma arte
José Gerson Maciel dos Santos
Gerson Maciel
Senhor do Bonfim-BA