Meu corpo ferido dói
As lágrimas caem mornas
Salgadas nos meus lábios
Que ainda ontem guardavam o doce
E suave sabor dos seus beijos
Ouço o silêncio
Alto demais
Fere meus ouvidos
O coração tropeça
No ritmo acelerado da sua ausência
Intoxicante .
Exigente.
Inescapável.
A garganta não se ocupa mais com seu gosto
É um nó
Que percorre cada partícula do meu ser
E transborda
Explodindo num som animal
O uivo de um animal ferido
Abatido
Que foi entregue á própria sorte
Deixado sozinho para morrer
E sem força para lutar,
Aceita seu destino.