Janeiro trouxe consigo novos ares‚ novos anseios.
Os louvores ressonantes e os olhos absortos já não me bastam.
O mundo já não somos eu e minhas vaidades;
existe uma sede maior.
Os êxtases do ego não são o suficiente,
porque o que se busca é uma perenidade além de nós mesmos.
Da relva, emergem fragmentos de uma Beleza incógnita.
O sol adentra os jardins‚ impregna o asfalto,
repousa no coração do imponderável.
Depois da pandemora, germinam emoções inadiáveis.
Uma certa urgência impregna nossos atos;
é chegado o Tempo dos gestos profundos.
As lágrimas e os sorrisos se misturam
e compõem uma nova Natureza.
A lágrima que percorre a nossa face
não é de tristeza;
é de uma alegria que ainda não foi criada,
que estamos criando,
entre olhares eloquentes e corações abissais.
Depois da noite oceânica,
a aurora vívida prenuncia um rosto que ainda não emergiu das consciências.
O braço de meu irmão clama e me conclama a algo Maior,
que pulsa sob o asfalto onde nasceram as flores do bem.
É preciso trazer a voz do Outro e tragar o tempo do afeto.
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