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Veneno engarrafado (um canto desesperado para o nada).

Veneno engarrafado (um canto desesperado para o nada).
Hudson Henrique.
jul. 16 - 2 min de leitura
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Estão tão cheio de me sentir vazio,
por isso encho meu copo mais uma vez.
Com veneno pra esquecer quem sou
e me tornar um pouco pior eu vou.

Fugir daqui,
pra aonde não haja sol, fugir daqui.
Pra onde não tenha luz, fugir daqui,
tapar meu rosto com as mãos e fugir.

Como se não tivesse vergonha, fugir.
Correndo de mim mesmo e fingir,
que não estou mais aqui,
está tudo bem assim.

Minha história não acaba assim,
por favor não chorem por mim.
Fim do túnel pra mim não.

Estou repleto de ideias,
mas nenhuma delas me leva ao tão famoso fim.
Posso sair tomar um ar,
e não voltar
nunca mais.

Trago mais um cigarro,
lembro e esqueço de que sou tão só,
animal humano eu sou.


Um pouco melhor de se entender,
me cobrir na cama e dormir.
Só acordar
quando tudo passar.

Olhei pra você
nos seus olhos sei que queria
desaparecer.

Sei que sou peça sem par
no quebra-cabeça.
Sei que sou estrela morta no ar.
Perguntam sobre mim,
eu não sei responder.
“quem eu sou”, “o que faço”.
Já não importa agora.

Vai amanhecer,
e eu só queria...
fugir daqui.

Estou tão cheio de me sentir assim,
por isso trago mais uma vez
essa fumaça infeliz.
Com veneno pra lembrar
que fui o que eu mais queria esquecer.

Gritar, chorar e lembrar
que o mundo é infeliz.
Nunca mais me contradisse
nas palavras que sangrei.

Pelas veias, pelas rugas,
pelas ruas sujas, contaminadas e imundas.
Eu canto desesperado para o nada.
Alma de porco lavada.

Queria me banir,
desaparecer daqui.
Cobrir meu corpo e sumir.

Grossos, estúpidos, 
maldita raiz.


 - Hudson Henrique.
Da obra: Todas as músicas que nunca cantei.
@hudsonhenrique


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