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Um José qualquer

Um José qualquer
Pedro Ricardo Ricci
jul. 13 - 2 min de leitura
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Uma noite num sonho,

Dois lados de José se falaram. " Eu não aceito, não mesmo, não." Disse o lado que na vida,

No dia a dia comandava. " Aceitar poder ter, muito haver com respeitar "

Retrucou o lado que debilitado,

Todo tempo amarrado ficava.

" Mas não aceito nem eu,

quem dirá o teu"

O comandante livre esbravejou,

E ainda completava irritado.

" Não, eu não aceito."

O outro com olhos lacrimejantes,

Estando ali caído, fraco.

Disse. " Me sinto triste, uma tristeza de fato."

O lado que tanto relutava, gargalhou.

" Hahahahaha! Ahhh! Mas não aceito mesmo."

Um vazio quase consumia

O lado fraco e amarrado

Que pouco a pouco sumia.

" Você se incomoda com os outros, porque meu eu em você, também te incomoda, por isso me sufoca."

O lado raivoso, pego de supetão,

Ficou assustado e nada foi falado.

" Dentro de José, nós dois residimos.

Você me esconde, enquanto se mostra."

Naquele momento as amarras

Se fizeram totalmente fracas.

" Aceitação é uma questão de se estar bem consigo mesmo, coisa que você José ignora."

O José que era escondido

Se levantou e com força berrou.

" Aceite os outros pelo que são, porquê cada vez que você não aceita o outro, rejeita o José que em você morre aos poucos."

Aquele que no começo estava

Todo cheio de fúria irracional.

Calado e de cabeça baixa estava.

" Aceita José, a si mesmo. Se liberta das amarras que os outros colocaram no teu peito."

O José paciente e calmo estava livre,

Mas ainda não se aceitavam.

José acordou num salto,

Assustado e suando frio.

Olho o celular e a mensagem

Do homem que amava havia chegado.

Mas antes de ler apagou,

E novamente se deitou ao lado

Da mulher com quem se casou.

 

#Poesia #Concurso #Eternizarte #LGBTQ+ 


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