Os prédios ainda, nem bem arranhavam o céu
Ainda assim, via-se anjos querubins nas sacadas.
Seus perfumes rescendiam a pureza e a inocência
Continham notas suaves, e um doce aroma de mel!
Nas ruas, a beleza e elegância desfilavam nas calçadas
Um paraíso, onde a forma e a graça eram reveladas
Respeito, tinha-se em tudo, do apreciar ao tratamento
Uma conquista vinda do lar e repassada com o tempo.
Tudo demorava mais a acontecer e valia a pena esperar
Pois, atrelado à demora, havia o prazer de poder começar
Acreditava-se no amanhã verdadeiro, no poder do viver
Hoje nada mais demora, nem se tem tempo de conhecer .
A vida outrora tranquila, sinto que já que não existe mais
Parece que tudo o que era belo passou, ficou para trás...
Desde um beijo, um abraço, um sorriso, até o querer voltar...
E hoje, nessa pressa, nem o tempo pode mais descansar...
Márcio Paz Martins