Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
BACK

Transversos

Transversos
Judyvinna Barbosa
Sep. 28 - 17 min read
000

Versos feitos em um certo tempo antes da transição.

APROSEXIA

 

Diamba, diabrosica, encefalopatia, letargia, que trago a trago nos mostra o que somos, quando não somos aquilo que nos pensamos ser.

Com cores intensas e musicalidade constante, mesmo quando em ambiente de silencio absoluto o som do mundo nos traz presente.

Em nossa mente mudada que passa no tempo e do tempo não passa, mostrando na verdade, quando pensamos atentamente, algo elementar e transcendental que querendo ou não é tão aparente como a própria razão pura que puramente nós faz presente, transcendentemente guiando a todo instante a nossa mente numa simbiose com o universo.

 

SÍNTESE DO QUE SOMOS

 

Horas em que o torpor da nossa mente se confunde com um misto de névoa e de imagens sobrepostas. Diante de nós se formam querendo passar talvez algo aproveitável, e tentamos compreender em certas ocasiões, mas em outras deixamos apenas fluir, sem traçar planos ou tentar modificar o que nos é mostrado. Acompanhando tudo como um telespectador ou "telespectador" assistindo a um filme sem nunca antes ter pensado em assisti-lo.

Na luta contra a solidão, sozinho na frente de seu aparelho mental, hora em que muitos fazem o mesmo... uma parte e outra sem seqüência... nossa mente tem capacidade incrível de dissimulação. O mais rápido aparelho existente e conhecido feito pelo homem não consegue acompanhar um celebro em funcionamento, a não ser medir a intensidade de certas ondas funcionando em regiões demarcadas. Não estamos nem perto de compreender o infinito que é nossa mente. Cheia de surpresas e cada parte, não adiantando querer achar o centro do labirinto mental, porque cada centro e um buraco negro, no qual a luz da razão some não tendo capacidade de continuar o caminho. Essas áreas existentes em nosso universo mental é uma passagem para um mundo em que a principio, não conhecemos, mas sabemos que dele fazemos parte. A medida que comunicam conosco na região de transição, sabemos que é chegada a hora de retornarmos ao mundo material, e adquirimos diversas formas. O que não é importante para a compreensão do lugar em que surgimos, mais importante e ser uma forma simétrica a vista humana, para não ser inferior aos olhos da ignorância.

Chegando ao mundo somos rodeados pôr seres que falam uma língua quase sempre incompreensível a nossa nova construção labiríntica. Imagens que não são nítidas, em que o calor e afeição são reconhecidas de imediato. E deixamos nos levar pôr elas, que nos guiaram nesta extra missão, em que nos apreendemos diversas vezes, na tentativa de preencher nosso universo irreal. Não querendo explicar o obvio em detalhes, não de forma científica nem técnica, quem sabe das formas técnicas são os técnicos, e isto ainda seremos... seremos tudo e nada ao mesmo tempo. O nada que é tudo o tudo que é nada. Já temos a compreensão então crescemos, morremos e voltamos ao buraco negro.

 

UM SER ÚNICO

 

Dizendo o que sinto, simplesmente não falando nem escrevendo mais agindo antes de pensar em consequências vou me permitindo a agir quando com você, da mesma forma que me trato quando só. Agindo assim sinto a minha força e a sua juntas, com mais força que a nos manteve longe mesmo que pôr pouco tempo. Não arrependendo em ficar pôr curto tempo, já que o tempo passa mais a alma não. Se nos ficarmos pôr pouco tempo e nosso tempo ainda assim teremos tempo em outro tempo. Pois o único medo e o de ficarmos sós. Mais uma vez que amamos não ficamos mais sós, simplesmente ficamos como somos.

A comunhão de dois corpos tornando-se um, é o encontro do côncavo e o convexo, mais que o simples sexo, a junção de duas almas. Alma não tem sexo e sim a diferença de pureza e superioridade, acima de qualquer diferença de tez ou crença. Pois o branco e o preto, o forte e o fraco, o quente e o frio e uma infinidade de coisas representadas pelo símbolo YING YANG são antes de tudo eu e você em nossa secreta comunhão para a sociedade como parte. Mais distante de ser desconhecida pela espiritualidade como todo.

Apenas conhecendo a si que poderá conhecer-me pois á partir do momento em que nossas almas se encontram você sou eu e eu sou você, uma vez que nossos olhares se cruzaram nossos segredos acabaram. A nossa contribuição para a vida e a nossa própria vida em harmonia com o cosmos, onde a paz do seu ser com o meu é mais forte do que a dos outros que não chegaram a juntar suas almas. A dificuldade implícita do seu ser mais a misticidade aparente do meu, são complementos inseparáveis em nossa existência conjunta, fosforescência de almas abastadas.

 

SOLITUDE

 

Ao sair para andar solitariamente, a noite na cidade, minha mente me conduzia pôr vários caminhos sem igualdade. Pensava tanto que não podia ser apenas eu. Que naquele penumbroso rumo, imaginava poder estar solipso a vagar. Bastante coerente que encontraria mais alguém a caminhar, no escuro a pensar, no seu próprio vazio solifugo. Continuei no cismar sem encontrar solução, para minha solidão. Foi então que de inesperado encontrei uma jovem vestida de negro da cor do ébano, no estreito trajeto do meu longo percurso. Pediu pôr refugio, não disse porque, não perguntei também, somente a peguei e lhe falei. - Fique comigo, serei seu amigo. E ela me encarou com olhos de azul profundo e me beijou.

Momento único que pôr si fosse só. Não teria par nessa vida, de incansável procura, se bela jovem de cabelos rubros, lábios escarlate... não tivesse sumido no meu desvalido desvairo.

 

ESTESIA

 

Em uma trilha agreste que leva para um lugar de muito verde, paz e esplendor, encontra-se um pedaço da natureza, iluminado pelo sol que suavemente clareia as arvores misturando o silencio com a solidão do mundo. Um cantinho nosso que na imensidão do espaço e como um graozinho de areia. E nesse lugar que podemos ficar a sós com os nossos mais profundos pensamentos, apenas observando-os. Eles que em certos momentos parecem estar expandindo, em outros se contraem. Tão intensidade de vãos pensamentos que nos faz perder o sentido do real.

Pensamentos que entram e saem de diversos buracos negros, em nosso universo mental. Criando uma vila de pequenas casas de estilo colonial na qual homens de uma monótona vida de interior lembram com tristeza o passado. Com saudades da ação da vida que levaram. Hoje cansados preferem só lembrar, gostam da quietude, fogem do barulho e agitação da civilização, que esta longe do calor interior. Protegidos pelas sombras das arvores, não imaginam como podemos suportar as sombras dos edifícios. E ficamos com o frio e o calor exagerados de nossa poluição.

 

MÔNADA

 

Se não tivesse a certeza da minha procura, estaria louco, mas quem saiba eu esteja louco... pôr ter a impressão de estar só em gênero e ao mesmo tempo rodeado pôr milhões em numero.

Tantos que caminham sem recolher as pedras dos incontáveis desvios, não sabem que tais pedras são preciosas e insubstituíveis para a compreensão UNA. Deixam-se levar pôr sutil dualismo da vida social, sem ver o trajeto do seu verdadeiro caminho. Pôr vezes acabamos em chegar a parte alguma, mas na verdade nem precisaríamos de partir para chegar... Em nossa obscura mente, confundida com a idéia de ser racional perdemos a todo instante a chance de seguir nossa missão... Um louco vive seu mundo como nos que somos ditos normais ? Normais; sim os que seguem a norma, esta estúpida atitude imposta pela sociedade e não expressada pôr nossa natureza. O louco e um ser natural, ele se faz regente e não e regido pôr normas. O louco não esta sozinho no seu mundo, esta só no nosso dito normal. Vive mentalmente em outra dimensão, enquanto fisicamente esta preso nesta. Cada louco vê o que quer ver. O que sua mente o prepara para ser visto. A mente pode ver o mundo, mas esse mundo e diferente em cada mente. Se toda mente e diferente como podemos querer sermos iguais ? Seremos iguais só se todos não tiverem mente. Não se perderem em pensamentos que não levam a nada, e se deixarem apenas nada ser... Só quando você for nada entendera o todo como todo e não como parte. E será parte do todo como todo, conservando-se a parte. Será o que tudo pode ser, e que nada e sendo. O criador se confunde com a criação, torna-se a criação e passa a procurar o criador. O primeiro passo e o ultimo passo. Transcender e ver a si. O criador se vê livre da criação, tolos que seguem caminhos sem fim, não há caminho a ser seguido, não há fim a ser alcançado...

 

SÓ UM AVISO

 

Quando o homem se prepara para fazer uma viagem espectral, tem a consciência que pode não mais voltar ao seu plano astral. Ele e avisado disto quando tenta manter contato. Quando o contato e direto ele abandona o corpo físico sem avisar, isto pode ocorrer a qualquer instante. Tentando deixar formas de como chegar a compreensão, nem sempre somos diretos, porque não depende só de um ser. Cada ser e uma peça de um imenso quebra cabeça, cabe a cada indivíduo procurar monta-lo. Assim posso passar minha mensagem de muitas formas. Posso escrever incansavelmente de forma imprecisa e incompreensível, ou concreta mais longe de ser subjetiva, embora seja. Aquilo que para você parece ser inútil como leitura, e de fato inútil para sua compreensão espiritual. Nosso inconsciente esta bastante consciente do que precisamos. Cabe a cada um encontrar a sua forma de entrar no nada, na mais pura existência.

 

 

ESNUCADO

 

Em um momento ando como se não tivesse corpo, neste momento sou eu apenas o andar. Sigo pôr caminhos que me parecem conhecidos, mas os sinto como labirintos de min mesmo. Numa casa com muitos quartos, vou seguindo pôr infinitas escadas, chegando a um espelho... Uma estranha passagem onde não tenho a vista minha imagem, mas sinto que vou de encontro ao mesmo onde atravesso e me sinto preso. Dentro vejo pôr onde entrei. Como se fora não houve-se o dentro. Estou em um quarto onde desperto com que de um sonho e penso que estava sonhando. Levantando-me da cama vou de encontro a porta.Abro-a e caio no nada.

Doravante chego em terra, andando pelas ruas que me parecem conhecidas, mas quando tento ir a algum lugar, este não existe onde pareço lembrar. Onde entro em um prédio e pego o elevador que sem controle começa a subir rapidamente e sai ao céu indo para o espaço onde fico como que em orbita do planeta em que acho que vivo. Sinto como que ameaçado e me afasto como que rápido. E encontro o planeta que sinto conhecido sobrevoando. Sobrevoando seu céu passando com velocidade, pôr diversos lugares, chego em terra firme. Andando tranqüilamente, tentando reconhecer o local, volta imprensar a perseguição, corro pesadamente, quase me arrastando, sentindo um calor, quando esta próximo a me alcançar. Apesar de nunca me tocar, o sinto pôr diversas vezes me ferroar. Pulo e começo a voar, mas me sinto pesado e desço em um prédio cheio de janelas. Passo a olhar ao meu redor. E olhando sou apenas olhar, vejo simplesmente não interferindo em nada diretamente falando. Quem entender o meu silencio e justamente alguém que entende o próprio silencio. Para este não preciso falar. Mas para que falo, mostro a mascara mais usada, pôr aqueles que se acham sem de achar.

 

FLASHBACK

 

Senti pôr um momento uma ausência de pensamentos, seguida de uma perda no tempo. Parecia que sempre estivera no mesmo lugar, pôr toda a existência, mas lembrava do meu ultimo movimento a segundos. Levantei-me saindo da barraca onde estava, com dois amigos. Pôr momentos fiquei desorientado sentindo uma forte caloria, seguida de calafrios. Meus amigos também saíram e perguntaram o que estava acontecendo comigo. Senti que o calor se concentrava abaixo do estômago e subia ate a região do plexo, onde senti uma forte taquicardia. Disse a eles que estava me sentindo mal e que iria morrer. Lembrei que quando criança estive no cardiologista, onde foi detectado um sopro. Falei que iria cair vomitando sangue, porque sentia uma forca que subia e descia. Foi então que olhando para eles, e os vendo com uma cor azul luminosa. Era noite e segundo um deles eu estava azul também devido ao reflexo da lua. As sensações foram diminuindo e fui para minha barraca deitar. Não consegui dormir, fiquei agitado e me sentei na barraca, sentindo uma ausência de peso na cabeça como se ela estivesse flutuando... enquanto da cintura para baixo me senti muito pesado. Comecei a ouvir vozes rindo, lembrei que havia outras barracas pôr perto e coloquei a cabeça para fora, para ver de onde vinham os risos e vozes. Não achei estava tudo apagado e em silencio. Voltei dentro da barraca ouvi uma voz dizendo: "...Ele não sabia...", com outras vozes rindo. "...Ele não sabia que era assim..." - Assim o que ? perguntei. "...A morte, você morreu !". Me toquei, sentindo fisicamente como sempre me senti. "E assim mesmo que acontece quando se morre e não se quer aceitar, você fica vagando, indo a todos os lugares; querendo estar entre os vivos..." Que tolice estes pensamentos. Estou vivo ! Sai da barraca e fui urinar, voltei e dormi, depois de muitos pensamentos sem uma seqüência lógica.

 

SENSITIVO

 

Quem sou ? Serei apenas o que penso ser ou o que outros pensam que sou ? Serei apenas um estado de consciência que habita um corpo ? Ou um corpo onde inerente habita uma mente?

Encontro-me com os desencontros da vida. Assistindo a um grupo de pessoas, que em uma reunião conversam sobre muitos assuntos. Em certo momento, aceito a existência como parte minha e começo a sentir vários estados de mente. Um fluxo se expande e contrai, mostrando pôr um tempo sem sentido, a mente de cada pessoa do grupo. Como em uma torre de Babel mostram suas vidas passadas. Seleção de vozes, rostos, hábitos e costumes. Em uma Babilônia que caminha com passos incertos, segue uma multidão ao vazio, onde as pegadas não perduram. A revolução no indivíduo mostra-se em um momento incorpóreo. Observo os estados sutis da mente, do primeiro átomo ao ultimo que recomeça o ciclo. A casa esta vazia e recebe a todos. Uma grande confusão se da, me vejo entre o bem e o mal. Assisto a tudo sem controle do que faço. As vozes em diferentes tons, se transformam em diferentes sons. Os rostos com formas se deformam a minha volta, hábitos e costumes virão impulsos e essências. Participo em uma introspecção do meu ser, em uma introjeção sinto a todos, sem sentir-me. Neste momento meus átomos se concentram, surge então as sensações, percepções, atenções, memórias, associações, imaginações, sonhos, abstrações, generalizações, juízos, raciocínios, linguagens, tendências, prazeres, dores, emoções, sentimentos, paixões, reflexos, instintos, hábitos e vontades. O consciente mostra todas as suas camadas. Senti toda a herança ancestral da minha espécie, como também de todo o meu passado animal. Em uma regressão que me levou, aos mais baixos níveis. " O ser da consciência e a consciência de ser."


Report publication
    000

    Recomended for you