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Torpor

Torpor
Helio Valim
Jul. 4 - 1 min read
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As gotículas do degelo,

da geada da madrugada,

refletem o dia, como um apelo

ao meu despertar.

 

Daquela noite fria,

atormentada por sonhos e pesadelos,

desejo acordar para, então,

as razões de tal limiar encontrar!

 

Desvendando na alma (atman) a verdade eterna,

percebo-me, preso em ciclos infinitos (samsara),

vivendo intensa ambiguidade,

em um eterno repetir de nascimento e morte.

 

Nesse momento, procuro a ajuda divina (Brahman),

e, então, estabelecendo um ponto de libertação (moksha)

não sonho, apenas marco minha alma com a liberdade,

enquanto descubro um rumo, um norte...

 

Confuso, no torpor de acordar,

não compreendo o ensejo...

Mas, percebo que não sei se desejo

de meu desígnio (karman) agora me libertar...

 

Os hindus geralmente aceitam a doutrina da transmigração e renascimento e a crença complementar no karman. Todo o processo de renascimento, chamado saṃsāra, é cíclico, sem começo ou fim claro e abrange vidas de apegos seriados e perpétuos. Em uma visão consagrada, o próprio significado da salvação é a emancipação (moksha), uma fuga da impermanência que é uma característica inerente à existência mundana.

Pode-se vivenciar esta experiência percebendo que as atenções e humores da consciência desperta estão fundamentados em uma unidade transcendental da ātman com o Brahman (a dimensão essencial do universo). Experimenta-se, diariamente, essa união no sono profundo sem sonhos.


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