Abaixam as cortinas após o espetáculo
Com o ecoar dos aplausos, as luzes de apagam
A bilheteria a anunciar
Mais uma apresentação da programação mensal
Na saída do público
Pelas escadarias do salão.
O elenco sai por detrás do cenário
Parabenizando-se pela noite
Cada um ao seu camarim
Retirando a maquiagem
Os trajes dos personagens
Voltando a ser quem são
Deixando na memória
A encenação...
Uns gostariam de continuar as falas
Outros preferem a vida que levam
Aqueles que admitem a solidão
Mesmo tendo a fama em mãos
São agraciados pela consciência
Que no fundo, conturba ainda mais
Talvez, fosse melhor a alienação.
Um gole de bebida
Vários copos na bancada
No bar do saguão
Comemoração pelo recorde de vendas
Pela crítica positiva das manchetes
Mais uma chamada na televisão
Depois, o rumo da casa...
O teatro tem presença
Mesmo com a ausência no palco
Com as fileiras ermas
Tem som, tem cheiro
As histórias acumuladas
Nos risos, choros
Tensões e surpresas
De cada peça em cartaz
E do que há por trás
Da essência de cada ser
Que por ali passa...
Amores vividos,
Desejos proibidos
Fantasmas no esconderijo...
Também no teatro da alma
Aquele porão
Dos guarda-roupas já vencidos
Dos manequins empoeirados
Os atores e os pensamentos vagos
Serão mais uma vez aclamados
No dia seguinte, depois da repetição.
De novo, indo embora
Levarão seus fantasmas
Que o acompanham até o teatro
E de volta pra casa.
#Poesia #Concurso #Eternizarte