Não sei mais o que sinto
Muito tudo junto,
Amo como antes,
Mas hoje, sofro em dobro.
As frases soam como navalha.
Sem abraco e beijo,
o emocional falha.
E do mundo confuso,
so ouço o grito.
As portas de saída se esgotam
Se é que algum dia, houvetam portas.
De real ou de ilusão,
Sobram apenas, os cacos pelo chão.
Todo embate está armado.
As pessoas nos assustam,
e o vírus vira apenas,
um detalhe.
Como será o novo tempo, depois deste tempo?
Tanta gente se revelando tao profundamente.
Tanta face feia se empoderando.
Tantos desvalidos se negligenciando.
E aquele monstro do medo se agigantando.
Como sera a nova terra dos seres nus?
De filhotes sendo devorados por urubus.
Mas, ainda há luz em cada manhã.
A nossa fé teimosa,
capaz de vencer qualquer coisa malsã.
E a história da terra continua a colecionar suas mazelas,
nas minas plantadas nos campos,
a humanidade mutilada,
envergonhada, transforma as perplexidades,
em prantos.
As decepções ganharam cor.
O desamor substitui a flor.
E nós, mendigos de visualizações.
Nos tornamos indivisíveis,
Sem razões,
apenas opiniões.
LÊ ROCHA 18/08/2020 - Poesias de quarentena.
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