Sozinho na noite,
Não tendo ninguém,
me pego a caminhar.
Não quero rir, nem chorar.
Perdido na noite,
com as luzes a me guiar,
Não reconheço ninguém.
Não sou ninguém nesse lugar.
Meu passo reclama
do frio que fere a carne,
dos olhos que me espreitam,
das mãos que não me respeitam.
Sozinho na noite
ouço o vento a passar.
Não vejo ninguém,
Não quero mais caminhar.
Perdido na noite
Fujo para a sala de estar.
Na brisa que ronda a porta,
vejo uma sombra a pairar.
Sozinho na noite,
você vem sem avisar.
Agora somos dois a sonhar
Na noite serena que não quer me deixar.