Nas armadilhas do amor me vejo presa.
E por suas águas envolventes, condenada a vagar.
Sentimentos e desejos trancados nesta represa.
Com o medo de a qualquer momento transbordar.
Corro o risco de provocar o mundo e causar surpresa
Com passagens da minha vida que não posso contar.
Por isso, sigo com imenso cuidado e total sutileza,
Para neste traiçoeiro mar de segredos não me afogar.
Sob o manto de ovelha, está uma tigresa.
Enjaulada e à espreita querendo se soltar.
E a presa tão esperada, vigiada e indefesa,
Lenta e cuidadosamente imagina devorar.
Encolhida e limitada, abate-me a tristeza.
Reclusa, o que posso fazer é apenas esperar.
Mas, por minha soltura daria qualquer riqueza,
Para ficar livre e este segredo poder revelar.