Salim
A primeira vez que te vi, de imediato compreendi o tipo de pai que eras:
Amigo, aconselhador e desportista abrasador;
Até fez uma quadra de basquete para juntar os curumins na rua a brincar;
Era uma festa, de tarde, aquele jogo que entrava pela noite, até terminar o fôlego.
Pai paciência, vivia com
consciência e trabalhava todo dia;
Comprar madeira e depois transformar, em sua movelaria;
E até colaborou, com grande fervor, com os bancos da Igreja Matriz;
Mas em casa, a paixão eram seus filhos, a razão da boa criação;
Nas festas, a trabalhar, não era difícil imaginar: iam todos na procissão de Santo Antônio, São João e São Pedro.
Caminhos percorridos, nunca arredio, lá estava sua mais bela flor do lírio;
Esposa ao lado, namorada apaixonada, era assim que viviam;
Amor a Deus e devoção à Nossa Senhora da Conceição: Salim tinha a missão de sempre ajudar e organizar a quermesse;
Defendia os indefesos:
A Câmara conquistou:
Virou vereador; sereno mediador, todo dia
ouvido de doutor;
De repente nos assusta essa pandemia; travou sua luta mas, dentre muitos, pela primeira e única vez, fracassou.
Velei-me família, nosso chefe infectado; chegada a hora, desventurado, nosso amado eternizou;
Singela despedida coube à família, com a dor em particular na hora do adeus;
Na certeza que a luz lhe achou,
Nossa Senhora com amor
Lhe conduz à calmaria no barco do Pescador, com Santa Luzia;
Irás fazer falta às comunidades Salim. Do Bom Pastor ao Senador, imagina no interior;
Este é o seu valor; maior exemplo em vida
Ao lado da sua querida; uma história bonita a todos deixou.
*Autor: Prof. Max Barros*
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