Suntuoso entre montanhas
Junto ao vale adjacente
Deslizas como serpente,
Entre flancos, nas entranhas
Bucólicas da natureza.
Quanta graça! Descortinas
Frente à luz de minhas retinas,
Tangendo tanta tristeza...
Vais cantando pelo caminho,
Numa viagem sem retorno,
Impondo voltas e contorno,
Como um andarilho sozinho.
De mergulhar, não me canso,
Um triste olhar com esguelho
Sobre a lâmina do espelho
Que ostentas no remanso.
Bailam brancas entre brumas,
Águas que rolam nas pedras
Das corredeiras em quedas,
Onde flutuam as espumas.
Nesse destino ao velho mar,
Junto, levas com tuas águas
Um pouco dessas mágoas
Que minha lágrima fez secar.