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Rio

Anderson Nogueira
Jun. 26 - 1 min read
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RIO

Rio

Água que nasce da pedra,

No seio da terra, no verde da mata,

Ou no clarão do vazio, como um fio.

Rio.

Água clara, sem cor, sem sabor,

Vai engrossando, ganhando volume,

Abre caminho, irriga o estio.

Rio.

Água que vence barreiras,

Que faz corredeiras e poço profundo,

Margeia a prainha, acalma o cio.

Rio.

Água que chega à cidade,

Debaixo de ponte, garante o pescado,

Margeia o progresso, suporta navio.

Rio.

Água que agora tem cor, tem sabor,

Gosto de lama, cheiro que agride,

Te lançam esgoto, lixo, ficas sombrio.

Rio.

Água cinza, não nascestes assim,

Não há mais pescado, não se pode banhar,

Não desistes, continua teu rumo, bravio.

Rio.

Água que vence a metrópole, segue seu desafio.

Seu curso agora é triste, lento, fastio.

O mar o acolhe, está vencido o desafio. Com brio!

Rio.


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