Caminhava lentamente,
O corpo cheirando mal,
O rosto muito dolente
Era de aparência anormal.
Na estação fez a morada,
Pelas filas moedas roga,
E nessa vida alienada
Comprava as sedas e a droga.
A dignidade ele perdia
No cachimbo, na piteira,
Quase louco a cada dia
Apertava a derradeira.
A família seu quinhão
Sofria já desalentada,
Prevendo por antemão,
Da morte a triste chegada.
E na calçada nua e crua,
A qual por cama servia,
Tragou a droga, sina sua,
Tendo morte em plena via.
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