Marlene fecha o caixa da loja, Nicanor vem a ela com as chaves do carro.
- Que uma carona, vou até a minha sogra e...........?
- Não, obrigado, o Leandro vem, eu acho.
- Tudo bem.
Ele trava a loja, ela segue até o ponto na praça, Nicanor passa por ela e buzina, já se passara dos 30 minutos e nada do Leandro.
- Filho da puta, vou matar aquele estrume.
Logo ela ouve o buzinar, Nicanor pára o veiculo.
- Última chance, agora estou indo.
- Tudo bem. Ela entra no carro e ajeita a bolsa no colo enquanto olha ao redor.
Algumas quadras dali e Nicanor sente o prazer de ser saciado volupiosamente pela boca de Marlene em seu menbro.
- Como sempre, só melhora hein, garotinha.
- Olha aqui, já estou farta de ficar esperando por aquele muleke.
- Tudo certo, eu te entendo mais precisamos dele.
- Por que?
- Não queremos que a Sofia desconfie ou quer?
- Eu não gosto dele.
- Não tem que gostar, só fique, o engane, logo tudo ficará bem.
- Não vai ficar Nicanor, eu estou me cansando.
- Te entendo, não quero que sofra, por isso eu arranjei tudo.
- Chega, acho melhor a gente terminar por aqui, já deu né.
- O que, eu te amo.
- O caralho que ama, você gosta é de ver eu melar teu pau na minha boca, isso sim.
- Como pode pensar deste jeito?
- Eu estou cansada, fico aqui, se quiser, trabalho até ás dez como sempre fiz e só isso.
- Claro, você é uma funcionária.
- Vá se fuder Nicanor, melhor, seu Nicanor daqui pra frente será que vou trata-lo perto e longe dos fregueses, fica claro seu Nicanor?
Ela sai do carro e bate a porta, logo ouve o buzinar deste, ela ignora e continua seguindo até dobrar a esquina, logo entra em um circular que a deixa a alguns metros de sua casa num bairro carente e afastado, numa viela sem qualquer iluminação ela anda até parar frente a um portão de madeira, resultado de sobras de móveis jogados num lixão atrás de seu terreno.
- Droga, qualquer hora eu me rasgo nessa madeira podre.
Entra no barraco de duas peças e liga o único bico de luz e abre a geladeira de mais de 20 anos de uso, tira um vidro com leite, bebe em goles rápidos e liga a tv de tudo de idade igual ou superior a geladeira, ali na cama improvisada com restos de caibros ela coça seus pés, tira a roupa, segue para o banheiro que fica fora dali, fiação á vista, chuveiro velho fruto do lixão e consertado por ela própria, ela o liga e a luz enfraquece, toma um banho morno quase frio aos xingos e choro.
- Um dia ainda saio deste inferno de lugar.
O local é de invasão, mora por ali mais de 50 famílias, por 20 anos dividiu o barraco com sua vó, falecida há dois, agora Marlene ali sozinha é a dona e senhor daquele pequeno terreno com o barraco, sobra tem seu trabalho na loja de Nicanor e ainda realiza as fantasias do velho safado para garantir o seu pão de cada dia.
No fogão, frita dois ovos e esquenta macarrão, arroz, come ali na panela mesmo enquanto assiste ao final do jornal.
- Só tem desgraça nessa porra, caralho de vida dessa gente, toma no cú disgrama. Muda o canal e se perde no riso de um humorístico enquanto pinta as unhas para um outro dia que virá na loja.
- Pronto, ficou lindo. Olha para o relógio, já passa das 11 da noite, apaga a luz e dorme rapidamente.
Valdecir termina a leitura da bíblia, algo que faz parte de sua vida há muito tempo, logo inicia sua oração de mãos elevadas aos céus, Raquel entra no quarto, terminara o plantão em uma clínica de 24 horas de ortopedia.
- Oi.
- Oi.
- Te atrapalho?
- Gostaria de orar, em paz.
- Acho que hoje não.
- Saia.
- Sim.
Ela sai batendo a porta do quarto, segue pelo corredor da mansão do casal e entra no quarto dos filhos, os 4 dormem tranquilamente, ela os beija e os cobre, desliga o game da tv.
- Mãe.
- Oi Lucas, você acordou querido?
- Chegou agora do trabalho, mãe?
- Sim meu amor.
- Vai ficar com a gente amanhã o dia inteiro né?
- Sim meu anjo, vou ficar sim.
- Que bom.
Ela o beija e aos outros que esboçam alguma coisa e retornam ao sono, segue de volta ao seu quarto e encontra tudo limpo, impecável, organizado, vai ao banheiro e toma um longo banho, sai deixando o lugar enfumaçado do vapor, depois de besuntar de creme e loções perfumadas, ela veste um robe cinza cintilante e caminha pelo quarto, pare diante ao grande espelho de seu balcão de make, escova os cabelos e segue para a cama, ali engole dois comprimidos e logo adormece.
Amanhece, Valdecir prepara o café quando as crianças chegam.
- Bom dia.
- Bom dia.
Ele serve o café e após o desjejum eles seguem com as mochilas para a frente onde a Van escolar os aguarda, depois de conferir tudo eles os embarca e retorna para a cozinha, Raquel já esta a comer a sobra de um dos filhos.
- Vai passar o dia aqui?
- Bom dia.
- Já preparou os documentos?
- Por que isso agora?
- Só te fiz uma pergunta.
- Sim, estão na sua segunda gaveta.
- Obrigada.
- Vai levar isso a frente?
- Eu preciso de um homem.
- Não, você precisa de um maldito boneco, algo que você possa maquinar, controlar, afogar a seu prazer diabólico.
- Você não se cansa de ser um idiota.
- Sim, eu me canso, já estou mais que farto, faço pelos garotos.
- Eles não são seus filhos.
- Eu sei Raquel, eu sei.
- Quando vai embora?
- Sabe que não posso ir.
- Por que?
- Você sabe muito bem o por que. Ele grita, Raquel joga na direção dele a xícara que estava segurando, ele desvia e esta vai a parede.
- Por que insite em viver isso, ser tratado assim, eu não te amo?
- Não se trata disso, se saio você perde eles.
- Vai embora.
- É realmente o que quer?
- Vai. Raquel vai se aproximando de Valdecir e logo obeija, ali nús eles transam na bancada de forma que ela exije tapas, mordidas, arranhões.
Terminado ali o casal esta no chão, ele sai e segue nú para o quarto onde pega o livro sagrado, profere os salmos que gosta enquanto derrama lágrimas, Raquel vai até a porta.
- Você é um lixo. ela cospe em direção a ele e sai, em seu quarto, outro banho e retorna para a cozinha onde faz o desjejum de forma certa enquanto olha para o jardim sendo cuidado por Valdecir.
- Te odeio.
Daniele despeja o gelo no baldinho, junto 3 wodkas e 2 miniwisky.
- Mesa 4.
- Por...........
- Por favor Tony.
- Agora sim.
- Deixa a Kalinka te ouvir com graça, logo estará na rua.
- Por mim, aqui não é o primeiro lugar.
- Nem será o último.
- Com certeza que não. Risos.
Regiane vem ao balcão num vestido de festa decotado deixando seus seios bem mais valorizados, num vermelho, saltos altos.
- Boa noite querida.
- Boa.
- O que foi Dani?
- Nada, só estou de mal humor, só isso.
- Talvez seja por que foi rebaixada a bar girl?
- Vá catar merda.
- Cai no chão.