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RECEIOS 2

paulo riccof
May. 23 - 9 min read
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   Marlene fecha o caixa da loja, Nicanor vem a ela com as chaves do carro.
   - Que uma carona, vou até a minha sogra e...........?
   - Não, obrigado, o Leandro vem, eu acho.
   - Tudo bem.
   Ele trava a loja, ela segue até o ponto na praça, Nicanor passa por ela e buzina, já se passara dos 30 minutos e nada do Leandro.
   - Filho da puta, vou matar aquele estrume.
   Logo ela ouve o buzinar, Nicanor pára o veiculo.
   - Última chance, agora estou indo.
   - Tudo bem.  Ela entra no carro e ajeita a bolsa no colo enquanto olha ao redor.
   Algumas quadras dali e Nicanor sente o prazer de ser saciado volupiosamente pela boca de Marlene em seu menbro.
   - Como sempre, só melhora hein, garotinha.
   - Olha aqui, já estou farta de ficar esperando por aquele muleke.
   - Tudo certo, eu te entendo mais precisamos dele.
   - Por que?
   - Não queremos que a Sofia desconfie ou quer?
   - Eu não gosto dele.
   - Não tem que gostar, só fique, o engane, logo tudo ficará bem.
   - Não vai ficar Nicanor, eu estou me cansando.
   - Te entendo, não quero que sofra, por isso eu arranjei tudo.
   - Chega, acho melhor a gente terminar por aqui, já deu né.
   - O que, eu te amo.
   - O caralho que ama, você gosta é de ver eu melar teu pau na minha boca, isso sim.
   - Como pode pensar deste jeito?
   - Eu estou cansada, fico aqui, se quiser, trabalho até ás dez como sempre fiz e só isso.
   - Claro, você é uma funcionária.
   - Vá se fuder Nicanor, melhor, seu Nicanor daqui pra frente será que vou trata-lo perto e longe dos fregueses, fica claro seu Nicanor?
   Ela sai do carro e bate a porta, logo ouve o buzinar deste, ela ignora e continua seguindo até dobrar a esquina, logo entra em um circular que a deixa a alguns metros de sua casa num bairro carente e afastado, numa viela sem qualquer iluminação ela anda até parar frente a um portão de madeira, resultado de sobras  de móveis jogados num lixão atrás de seu terreno.
   - Droga, qualquer hora eu me rasgo nessa madeira podre.
   Entra no barraco de duas peças e liga o único bico de luz e abre a geladeira de mais de 20 anos de uso, tira um vidro com leite, bebe em goles rápidos e liga a tv de tudo de idade igual ou superior a geladeira, ali na cama improvisada com restos de caibros ela coça seus pés, tira a roupa, segue para o banheiro que fica fora dali, fiação á vista, chuveiro velho fruto do lixão e consertado por ela própria, ela o liga e a luz enfraquece, toma um banho morno quase frio aos xingos e choro.
   - Um dia ainda saio deste inferno de lugar.
   O local é de invasão, mora por ali mais de 50 famílias, por 20 anos dividiu o barraco com sua vó, falecida há dois, agora Marlene ali sozinha é a dona e senhor daquele pequeno terreno com o barraco, sobra tem seu trabalho na loja de Nicanor e ainda realiza as fantasias do velho safado para garantir o seu pão de cada dia.
   No fogão, frita dois ovos e esquenta macarrão, arroz, come ali na panela mesmo enquanto assiste ao final do jornal.
   - Só tem desgraça nessa porra, caralho de vida dessa gente, toma no cú disgrama.  Muda o canal e se perde no riso de um humorístico enquanto pinta as unhas para um outro dia que virá na loja.
   - Pronto, ficou lindo.  Olha para o relógio, já passa das 11 da noite, apaga a luz e dorme rapidamente.


                    Valdecir termina a leitura da bíblia, algo que faz parte de sua vida há muito tempo, logo inicia sua oração de mãos elevadas aos céus, Raquel entra no quarto, terminara o plantão em uma clínica de 24 horas de ortopedia.
   - Oi.
   - Oi.
   - Te atrapalho?
   - Gostaria de orar, em paz.
   - Acho que hoje não.
   - Saia.
   - Sim.
   Ela sai batendo a porta do quarto, segue pelo corredor da mansão do casal e entra no quarto dos filhos, os 4 dormem tranquilamente, ela os beija e os cobre, desliga o game da tv.
   - Mãe.
   - Oi Lucas, você acordou querido?
   - Chegou agora do trabalho, mãe?
   - Sim meu amor.
   - Vai ficar com a gente amanhã o dia inteiro né?
   - Sim meu anjo, vou ficar sim.
   - Que bom.
   Ela o beija e aos outros que esboçam alguma coisa e retornam ao sono, segue de volta ao seu quarto e encontra tudo limpo, impecável, organizado, vai ao banheiro e toma um longo banho, sai deixando o lugar enfumaçado do vapor, depois de besuntar de creme e loções perfumadas, ela veste um robe cinza cintilante e caminha pelo quarto, pare diante ao grande espelho de seu balcão de make, escova os cabelos e segue para a cama, ali engole dois comprimidos e logo adormece.
   Amanhece, Valdecir prepara o café quando as crianças chegam.
   - Bom dia.
   - Bom dia.
   Ele serve o café e após o desjejum eles seguem com as mochilas para a frente onde a Van escolar os aguarda, depois de conferir tudo eles os embarca e retorna para a cozinha, Raquel já esta a comer a sobra de um dos filhos.
   - Vai passar o dia aqui?
   - Bom dia.
   - Já preparou os documentos?
   - Por que isso agora?
   - Só te fiz uma pergunta.
   - Sim, estão na sua segunda gaveta.
   - Obrigada.
   - Vai levar isso a frente?
   - Eu preciso de um homem.
   - Não, você precisa de um maldito boneco, algo que você possa maquinar, controlar, afogar a seu prazer diabólico.
   - Você não se cansa de ser um idiota.
   - Sim, eu me canso, já estou mais que farto, faço pelos garotos.
   - Eles não são seus filhos.
   - Eu sei Raquel, eu sei.
   - Quando vai embora?
   - Sabe que não posso ir.
   - Por que?
   - Você sabe muito bem o por que.  Ele grita, Raquel joga na direção dele a xícara que estava segurando, ele desvia e esta vai a parede.
   - Por que insite em viver isso, ser tratado assim, eu não te amo?
   - Não se trata disso, se saio você perde eles.
   - Vai embora.
   - É realmente o que quer?
   - Vai.   Raquel vai se aproximando de Valdecir e logo obeija, ali nús eles transam na bancada de forma que ela exije tapas, mordidas, arranhões.
   Terminado ali o casal esta no chão, ele sai e segue nú para o quarto onde pega o livro sagrado, profere os salmos que gosta enquanto derrama lágrimas, Raquel vai até a porta.
   - Você é um lixo.  ela cospe em direção a ele e sai, em seu quarto, outro banho e retorna para a cozinha onde faz o desjejum de forma certa enquanto olha para o jardim sendo cuidado por Valdecir.
   - Te odeio.

       Daniele despeja o gelo no baldinho, junto 3 wodkas e 2 miniwisky.
     - Mesa 4.
     - Por...........
     - Por favor Tony.
     - Agora sim.
     - Deixa a Kalinka te ouvir com graça, logo estará na rua.
     - Por mim, aqui não é o primeiro lugar.
     - Nem será o último.
     - Com certeza que não.  Risos.
     Regiane vem ao balcão num vestido de festa decotado deixando seus seios bem mais valorizados, num vermelho, saltos altos.
     - Boa noite querida.
     - Boa.
     - O que foi Dani?
     - Nada, só estou de mal humor, só isso.
     - Talvez seja por que foi rebaixada a bar girl?
     - Vá catar merda.
     - Cai no chão.


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