Sempre em fuga procurando descanso.
A mão sem lenço secando o pranto.
O rótulo que persegue na vida que segue.
Ninguém é uma coisa só.
Ninguem é coisa,
mas todo mundo é só.
Ilusão de grupo,
a procura de proteção contra o pior estupro.
Pensamentos iguais, formatados.
Sonhos destrossados pelos constantes abalos.
O desconforto da dor,
até a resignação aos fatos.
Antes disso,
a colisão que nos reduz a pedaços.
Recolhidos somos aos quilombos urbanos,
onde os pedacos,
jamais se recomporão no todo.
E apavorados,
uma invisibilidade por gosto,
nos transformamos em ratos,
habitando esgotos.
CLEÓFAS 28/10/2021