Desafio...
Página em branco!
Eis o desafio do poeta.
Situação que sufoca,
Mas também que liberta.
Aí a gente perscruta.
Procura nos baús da alma um assunto.
Examina as narrativas,
Ensaia umas rimas.
Risca, rabisca, mas o poema se esconde.
Papel amassado vai para o lixo.
Digita, apaga, respira.
Afaga a memória.
Lembra do livro.
A voz da professora ressoa.
Até que a epifania vem.
Aí o papel se enche, ganha corpo,
Vira ente, ser vivente.
A poesia pulsa.
Concisa, pertinente.
Daí a alma sente.
Finalmente a poesia emerge.
Deliberadamente imprecisa.
Pois também é assim a alma do poeta.
Depois disso ele descansa, mas por tempo curto.
Quando ele menos espera,
A chuva bate na janela.
O sol nasce, arco-íris, silêncio.
Amor, traição ou o fim.
De repente algo o apetece,
E a inspiração que ele não tinha,
Agora tem!
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