Preciso, com urgência, descobrir quem sou,
o que me oprime ou acalenta,
o que me excita ou desanima,
o que me resta ou transborda,
o que me grita ou murmura,
o que me cura ou desmente.
Preciso ser inconsequente,
e escrever sem testemunhas,
e mudar de endereço,
e prantear na varanda,
e mergulhar no vazio,
e aflorar no estio,
e morrer no amor ausente.
Frio na barriga?
Sou eu a esperar, sem fatalidades,
o momento de ser enfim
apresentado a mim.