Ela adentrou o grande salão com seus passos firmes e a fronte erguida.
O belo colar de pérolas adornava o seu pescoço,
Caindo delicadamente até a altura do peito.
Esferas perfeitas, com um agradável e elegante brilho.
Um burburinho, em vários tons, ecoou pelo ambiente.
Alguns admiravam a beleza da joia.
Louvavam a destreza das mãos que a lustraram,
Que as organizaram tão harmonicamente no oculto fio dourado.
Outros meneavam a cabeça em reprovação,
Considerando tudo uma ostentação soberba.
Mas ela orgulhava-se de suas pérolas.
Não por presunção...vaidade, não.
Ela sabe que cada pérola nasceu de uma dor.
Uma por uma moldada durante as provações.
Durante os atritos para manter-se de pé.
Na guerra para proteger o seu coração foram todas elas esculpidas.