Ela era sonho, confesso.
Vivia tingindo o papel com aquarelas e transformando nada em tudo. No meio da rua, do caos.
Gostava do exagero que reverberava daqueles sorrisos com dentes demais.
Roubava olhares e inimizades. Ipanema teria feito outra música para ela.
Ela.
Três letras com absurdos no meio.
Poema curvilíneo que se bronzeia antes de queimar. Cabelos que namoram as ondas e perfume que nem ouso explicar.
É rima pronta. Amor que o coração precisará se esticar.
Deus abençoe o silêncio que o mundo faz para ver a beldade passar.
Ela.
Nem sei o nome dela.
Mas chamo de sonho. E basta.