por Deborah Penna
#Poesia #Concurso #Eternizarte
Pelas janelas fragmentadas da minha alma
Assisto passivamente,
Mas não sem um pouco de desespero,
Pelas escolhas e caminhos que escolhi.
Repetidamente me vejo caindo
no limbo da ilusão,
do desespero e da dor.
Apenas por não ver.
Por não querer ver.
O redemoinho de informações
cutuca a mente cansada.
Imagens diversas,
umas engraçadas outras desesperadas.
Um circo formado para a humanidade.
E cada um representando o papel que escolheu.
(Escolheu?)
Num grande jogo de máscaras sociais
em um baile de histórias inventadas
e personagens criados.
A rede hoje alimenta mais do que nunca
a sede insaciável do ego.
E nós, mais do nunca,
Estamos mais perdidos como humanidade.
Perdemos a característica mais importante
da nossa existência: a singularidade.
Deixamos de ser únicos e passamos a ser
uma cópia,
algumas bem piratas, da realidade habitada.
Bolhas robóticas inanimadas
de seres de plástico
em avançadas posturas de yoga
e num cenário paradisíaco
enfeitam a minha timeline.
Minha vida passa a ser monótona,
e o que mais anseio é por um clique.
Uma curtida.
E a cada dia que passa,
gosto ainda menos de mim.
Cada dia que passa
Estou menos aqui na realidade material
e mais mergulhada e ensurdecida
Pela realidade virtual.
Que geração é essa que virá,
com o máximo do conhecimento
e desenvolvimento tecnológico,
Mas sem um pingo de humanidade?