Ele viu um passarinho a cantar,
Asas como o mais profundo céu crepuscular.
Seu coração batia
Com cada nota emitida.
Chegava mais perto, consequência do fascínio,
Nada incomodava o passarinho.
Horas a fio ele ouvia,
Cada singelo pedaço de sinfonia.
Se perguntava como o amor do mundo
Cabia nas pequenas asinhas.
Ao abrí-las e voar,
Seu ouvinte jura, até hoje, que ouviu um pequeno suspirar.
No azul claro daquele dia,
Um ponto escuro se distinguia.
Emocionou-se com a partida,
Perguntando aos ventos se, algum dia,
Teria novamente tão bela companhia.
O sopro gélido no seu rosto serviu de resposta.
Andou sem rumo, mas não estava perdido.
Era guiado pelo canto do passarinho.
Entendeu por que tão bela melodia...
Voando alto, livre,
O passarinho cantava a vida.