A resposta mais difícil
Não depende da pergunta,
Mas sim dos olhos que fitam
Esperando a solução.
Da boca que me questiona
Um sorriso e um coração
Que ainda não chora a perda
Pois apenas sabe sorrir.
Luna olha pra foto e sorri...
“As patinhas bem dobradinhas né, pai?”
Sorriso que rasga a alma
Olhos que brilham estrelas.
“Papai, onde está a Flóqui?”
“Está por aí, meu amor.
Caçando baratas,
Subindo nas árvores,
Fazendo bagunça,
Miando em volta de alguém.
Por aí...”
Como explicar o definitivo
Pra quem mede o próprio o tempo
Pelo tempo que dura um doce?
Como definir o absoluto, o irremediável, o fim?
Sob as rodas de um carro
A roda do tempo parou.
Parou pra Flóqui que corria pela casa.
Mas não parou pra Flóqui
Que corre a memória de Luna,
Que mede o tempo com doces
E adoça o definitivo.
Rasga a alma com sorriso
E traz nos olhos estrelas.
“Papai, onde está a Flóqui?”
“Está por aí, filha.
Por aí...”
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