À noite no bar nem bem chega...
E ele, num total enfrentamento...
Questionando a sua existência
Refletida a todo o momento...
Consome então a quarta cerveja
E muda inclusive, a sua aparência
A cada minuto surge uma dúvida
Perde-se em seus pensamentos...
Olha-se num espelho a sua frente
Preso, tal qual o trilho ao dormente
Estaria devendo, teria uma dívida?
Então surgem mais alguns pensamentos...
Escurece... Seus olhos mal enxergam
Sua língua começa a falar carente
Chega a hora de lembrar e chorar
Dos tempos que tinha a quem amar
Fala sozinho e toma mais um gole
Seu corpo já está ficando mole
Até sua fala, não sabe o que diz...
E indaga o motivo de não ser feliz
Agora não existe mais sobriedade
Bravo, briga com a sua realidade...
Nem sua imagem aparece no espelho
Sua vida sucumbe, vem seu desespero...
Mais flashes de memória, outra bebida...
Grita ao garçom, a conta, estou de saída...
Tenta-se levantar, mas é tudo em vão...
E aos berros, diz... aqui bate um coração!
MÁRCIO PAZ MARTINS