ela dormia e, a dormir, não sabia
se sonho era ou se de fato acontecia
de a mão quente e estranha
a lhe acariciar os pés nus.
por isso, e porque a gostar estava,
ela deixou as mãos alienígenas
lhe subirem o tornozelo,
alcançarem o joelho,
e nas coxas se deterem, apertarem
mansamente,
até surgir a outra mão
que promoveu devagar a separação das pernas.
ela tremeu quando além das mãos
sentiu que havia um rosto quente
a se encostar no tecido da calcinha
e o dono do rosto, que ela não via,
lhe sorvia o perfume.
Não se moveu quando ele
baixou o fino pano
e a buceta nua que encontrou
se pôs a beijar e cheirar
como se descobrisse a América,
a Terra Prometida, o Paraíso.
E não era só o lábio, agora também a língua
a profanava, entrava e ao retornar
desafiava o grelinho a se manter tranquilo,
mas molhada ela já estava,
já se contorcia,
a gemer na boca do desconhecido.
e ele, que já não suportava o desejo,
foi para cima dela
e já não importava se não era sonho,
ela deixou quando sentiu a cabeça inchada
a lhe roçar, a procura rápida
pelo ninho úmido
que dizia sim.
e ele sem esperar
enfiou o pau duro dentro dela,
fez a voz dela escapar
e o aaaaaa mais profundo fugiu
enquanto ela, penetrada seguidamente
pelo desconhecido sobre o seu corpo,
só fazia torcer
para estar acordada.