Quando a tristeza me visita
faço de qualquer quarto um cárcere.
Na companhia de uma taça que não me merece
peço que a amante inspiração insista.
Que no papel branco eu comece
a grafar uma dor mista.
Na garganta da solidão o vinho desce
enquanto seu corpo tenta... mas não grita.
Um poeta no tédio fenece
após uma luta aos moldes xiita.
O crepúsculo chega!... Anoitece!
O poeta satisfeito fita
a dança dos versos que agora acontece.
Cala-se a tristeza pois ela se irrita.
- Carlos Conrado-