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O mito de kain

O mito de kain
lucas Gonçalves de Souza
Mar. 22 - 30 min read
010

1 aprisionado

      Hoje foi mais um dia estranho, geralmente o dia é calmo, com uma seriedade no seu silêncio, mas hoje foi tão estranho, mesmo sabendo que nós morava na rua mercantil que é umas das ruas com maior intensidade de pessoas do vilarejo e  por ela ser uma rua de comércio e entretenimento, sempre estava ativa, podia se ouvir  o relincho dos cavalos que passavam próximo, comerciantes gritando para chamar atenção de seus compradores, ou até mesmo algumas peças de teatro que rolava em algumas ocasiões como por exemplo: o dia da luz. Onde eles celebram a deusa aurora Boreal, que no passado antigo ela lutou contra as trevas para trazer a luz para o mundo, e até hoje pode ser visto seu brilho iluminando a noite para que nunca mais   as pessoas entrassem na escuridão e jamais  perde a esperança, nesse dia que sempre cai 9 de maio acontece um evento muito lindo, pode se ver milhares de balões que cruzam o céu, para que assim possam alimentar a chama da aurora, um símbolo de paz e harmonia entre todos.

  sempre tinha uma espécie de mercado nas terças e sexta, hoje  por ser quinta feira não esperava vozes . o dia estava muito barulhento, podia se ouvir risos,palmas como se tivesse alguma festa acontecendo no meio da rua, a rua inteira falava, podia se ouvir pessoas conversando mas apenas seus sussurros, porém não entendia muito o'que elas  falavam, apenas suas  palavras vazias com seu pequeno eco que chegava a alguns metros até a minha casa.era possível ver as pessoas na ruas mas elas não conseguia me ver, o vidro era transparente do meu lado mas quem via de fora era apenas um vidro escuro, impossibilitado as pessoas me ver pelo lado de dentro, Ao mesmo acordei com suas vozes, abri os olhos rapidamente de quem acorda assustado, ao abrir os olhos estava em estado de controle automático, como alguém que faz isso todas as manhãs, mas ao levantar da cama que já era uma cama velha de madeira pintada com um verniz vermelho, com o cheiro muito forte que faz qualquer um tampa o nariz para diminuir o seu odor tóxico, no início era difícil dormir com seu  forte cheiro e com o tempo a cama que já não era boa, começou a balançar  sempre, e seu colchão já velho e amarelado pelo seu tempo de uso, com algumas partes que tinha um declínio em uma parte a outra, por muito tempo isso machucou minhas costas, mas com tempo aprendi a dormir de uma forma que a cama já não balançava, ficava imóvel na mesma posição, dormindo de lado com as costa para parede, os dias eram quentes e com as paredes feita de madeira o dia ficava completamente calor, como se estivesse perto de uma fornalha, o calor era tanto  que fazia meu corpo Inteiro transpirar, mas eu não me importava com o meu conforto,  Mas eu tinha muito anseio para sair do meu quarto, é claro talvez  não tenha dito antes  mas já estou preso nesse pequeno quarto a um pouco mais de 6.205 dias, 204 meses. Longos 17 anos que estou preso nesse inferno, e todo contrastes que tenho do mundo e visto em uma pequena janela que fica na cabeceira da minha cama, a minha casa era uma casa grande porém vazia,como posso saber disso tudo sem sair do meu quarto ? É simples ao olhar pela janela na parte da tarde umas 4 horas, podemos ver a sombra da casa e ela cobre uma grande espaço do gramado, com a  ajuda de matemática básica posso afirmar que ela seja grande, da  janela do  quarto pode se ver uma das ruas mais famosa da cidade, mas nós morava a alguns metros da rua cercado por árvores frutíferas que atraem muitos pássaros que usavam as árvores de ninho ou para seguir sua viagem, migrando assim todo ano, dava pra  ver quais quer tipo de pássaros como: o cisne- bravo, um pássaro com características que lembra um pombo correio, sem dúvidas uma bela ave migratória, andorinhas.  alguns que até me reconhecia por fica na janela e me observa trancado nesse quarto quente, ao ver eles só podia pensar como é bom ser livre e não viver trancado em um quarto. Ao ficar de pé na cama e observar a janela e ver os poros que atravessavam os raios solares,  podia-se ver pequenas farpas da madeira e  seu vidro arranhado por décadas sem limpar, não faz sentido querer arrumar esse quarto já que não tem motivos para deixá-lo arrumado.

 

Essas coisas olhando e observando parecem magníficas mas às vezes são tão sujas e feias, a poeira cobrindo a mesa e toda mobília do quarto, que pelo menos não era muita coisa, apenas uma pequena mesa de madeira que tinha algumas imperfeições na sua superfície, e minha cadeira com o mesmo material  feita de uma árvore muito especial, a madeira da árvore suprema, uma árvore com suas raízes tão profundas quanto a sua altura, sua madeira foi responsável por fazer toda a casa e  sobrar para usarmos de lenha no inverno, ou nas noites fria de outono, a árvore podia chegar a mais de 107 metros de altura com um diâmetro de 5 metros, a cor de suas folhas podia mudar como as estações do ano, mas o mais impressionante nessa gigantesca árvore  era a cor e sua beleza que ela criava ao decorrer dos anos, uma coisa é certa a sua cor nunca  iria se repetir, com milhares de combinações como um arco íris, ela sempre tinha cores quentes e vibrantes em dias como a primavera  mas no inverno ela podia mudar para uma cor cinza que ia decrescendo do lilás ao azul,  nunca a vi com meus próprios olhos, isso tudo foi apenas que eu li em um livro de curiosidades e um tempo atrás.

 

É incrível como as coisas quase sem importância podem fazer coisas incríveis como: construir toda essa casa e até essa mesa que está caindo aos pedaços. Mas olhando para meu quarto e vendo sua sujeira pode se pensar que tudo  isto é uma combinação incrível de uma pessoa com preguiça ? Ou alguém que já não se importa mais com as coisas que a fazia se sentir bem? Entretanto olhando pela janela podemos observar um mundo gigantesco mesmo que seja apenas por um vidro, retângulo de pequenos centímetros, não importa o quanto o vidro seja velho o embaçado ele sempre vai mostrar uma imagem de liberdade.

Desde que eu me lembro sempre fiquei trancado nesse quarto, meu pai dizia que eu era uma aberração, talvez ele tivesse razão, mas nunca se sabe o motivos de um homem como ele,  mas no fundo ele não era uma pessoa ruim, ele só era um homem que tinha medo de perde a aberração do seu filho, ao meu ponto de vista é até nobre da parte dele, e então era  trancado nesse quarto, após anos vivendo nesse terrível pesadelo de 5 metros quadrados. Não é pequeno para um quartos, mas também não é grande para um pessoa viver trancando a vida toda, cada centímetro era importante, sentia como esse quarto fosse parte da minha estrutura corporal, conhecia cada centímetro como conhecia meu corpo, sabia de tudo que esse quarto podia me oferecer, as brisas que vinha de certos buracos que passava pela pequena fresta da janela, ou até mesmo os buracos por onde pequenas formigas passava, tudo isso eu podia ter ciência, pequenas coisas como isso pode ser grandiosas para quem não tem nada.

 

 O meu pai era um homem severo sempre seguia as ordens da suprema corte que era composta por três pilar da verdade, um deles era a igreja, seguia um deus que buscava  bondade e esperança, mas isso não é o'que eles pregavam, o segundo pilar era composto pelo rei, o homem que pregava as leis  humanas fazendo assim não seguir somente as leis da igreja mas também a dos homens, e por último meu pai era o terceiro, não muito importante mas tinha um grande poder político e todos confiava nele, eu não entendo como alguém pode confiar nele, e sempre que ele vinha me visitar nessa prisão, ele  se dizia um homem digno e fiel a Deus mas não podia ver que ele era o próprio demônio. Apesar de viver trancado nesse quarto eu me se sentia muito livre lendo livros que me fazia imaginar como era o mundo real, é estranho eu dizer que meu pai era um homem ruim mas ele sempre me ajudava, sempre estava me alimentando, comida não me faltava, eu podia aprender tudo que o mundo tinha a oferecer, por mês meu pai trazia muito livros eu não era uma pessoa leiga, entendia de diversos assuntos,de engenharia a medicina, tinhas conhecimento quase infinito, fazia grandes experimento no meu quarto, entendia de quase tudo, então eu sempre estava lendo muitos livros, meu quarto parecia uma biblioteca as vezes não tinha nem onde coloca meus livros mas os guardava como se fosse meu maior tesouro,  meu pai dizia que eu era uma aberração  pois eu nasci com um olho vermelho e um azul, como dito antes eu me achava uma aberração, a igreja com seu poder eles acreditava em uma antiga  profecia: que o homem dos olhos vermelhos iria desperta em uma criança inocente. o demônio só pode pisar nesse mundo atravéz de uma criança inocente, como esse mundo é uma grande ironia, a pessoa que eles procuram a vida toda está presa com eles nesse pequeno vilarejo, ele acreditava que esse olhos seria a marca de um demônio que iria destruir eles por completo, assim trazendo as trevas, não posso sair nunca desse lugar esse olho e minha maior maldição, e com isso ele me manteve trancado, não o julgo por isso, ao menos ele preferiu meu esconder que me matar, de certa.forma isso é uma grande prova de amor, mesmo que ele não mostre afeto sinto uma grande compaixão em seus olhos, talvez seja por isso que nos últimos anos ele começou a usar óculos, escondendo esse olhar quente que tinha ao me ver, Eu já era acostumado a viver nesse inferno,  nós vivíamos em um vilarejo que ficava próximo a cidade real onde ficava as grandes muralhas e o maior exército que essa terra já viu,eu nunca vi com meus olhos apenas falo como meu pai me disse, talvez eu seja apenas um papagaio que repete tudo que ele fala.  Eu sempre observava como a flores nascia e morria durante o ano, via pássaros cruzar o céu em várias épocas do ano, toda aquela liberdade que eles sentiam eu ficava feliz, desejando que eles fossem livres pra sempre e isso  fazia sonhar.  Apesar de ser um inferno dava pra sonhar cm a liberdade, em livros eu podia ver o mundo, via com meus olhos amaldiçoado após anos.pela primeira vez eu senti que meus olhos eram a minha maior ferramenta de liberdade, mas mesmo com toda essa liberdade jamais poderia me calar com um mundo à minha espera , após anos e anos já não aguentava mais ficar nesse pequeno espaço, precisava de algo para sair desse lugar, 


 

quando meu pai viu que eu me sentia  bem com meus olhos, ele começou a ficar estranho, por mais que ele tentasse me esconder isso poderia ser um pesadelo para ele, nós seria executado no palanque da tortura, seria um grande evento, mas eu jamais colocaria a vida do meu pai em perigo, li uma vez a história de um homem que perdeu seu olho e com isso ele usou um tampa olho talvez isso funcionasse comigo e ajudaria a sair do meu quarto, como isso foi genial no começo, eu finalmente tinha a forma certa de sair desse quarto, meu coração até batia mais forte com uma leve sensação de alegria em meu peito, uma chama que não podia ser apagada por nada, única coisa que eu poderia fazer era rir, meu riso era tão alto que meu pai, foi até o outro lado da porta, ele não disse nada de início mas podia ver sua sombra no pequeno buraco por onde passava a luz e lá estava meu pai parado, ouvido minha risada, não sabe se o motivo pelo qual ele não disse nada, mas espero que esteja feliz ao ouvir a risada de seu filho, rapidamente ao ver sua sombra com uma voz tremida de alegria eu disse: paiii, estou bem.

W: Abaixe o seu tom de voz, as pessoas podem ouvir, cale essa boca estúpida e vai dormi.

Kain: pai, descobri uma forma de sair desse quarto e ficar tudo bem!

W: não seja tolo, de onde vêm essas idéias ? 

Os dois conversavam distante, cada um em um cômodo de sua casa. 

Kain: Escute meu pai, você tem sido uma pessoa incrível, e eu nunca o questionei por me deixar nesse buraco, mas por favor, escute o que tenho a dizer!. 

Aos poucos kain começou a ouvir barulhos de chaves como se tirasse de seu paletó, e aos poucos foi se ouvindo barulho de várias tranças sendo abertas uma a uma, kain só podia ouvir a porta rangendo e seu pai abrindo a porta que coloca a mão no portal da porta e diz: então seja breve, o'que tens a me dizer ? 

Kain: escute meu pai, você me conhece, sabe que jamais iria fazer mal a alguém. Mesmo com esse olho amaldiçoado eu jamais vou me tornar uma pessoa ruim, prefiro morrer ao machucar alguém.

W: fico feliz que tem essa dignidade em seu coração, mas a vida lá fora jamais será fácil pra você, entenda

Kain: por isso eu tenho uma ideia, eu li em um livro sobre um guerreiro que perdeu seu olho esquerdo e com isso, ele fez um tapa olho.

W: Essa é a ideia mais estúpida que já ouvi, sabe que acontece se você tentar cobrir esse olho? Você não acha que eu não fiz de tudo para tirar você desse lugar? Eu tentei de tudo meu filho, mas não tem como, meu filho um dia vou tirar você desse mundo escuro, preciso de mais tempo, quando virar o rei desse país vou te libertar mas até lá você precisa ficar aqui. Espero que você me perdoe pelo o'que eu vou fazer, mas esses livros estão fazendo você sonhar muito alto, sem ter asas para voar. Agora cala a boca e vai dormir.

Após ele dizer essas palavras duras, meu coração sentiu uma enorme frieza, como alguém que perdesse as esperanças, talvez foi a maior dor em meu coração, nunca senti tanta dor, era uma facada no peito uma a uma. Então deitei na cama que balançava muito, com as costas na parede e aos poucos meus olhos pesados e cansados de tanto chorar começou a se fechar e sem perceber caí em sono profundo.

    Hoje já começa o dia novamente com os barulho das chaves, acordei rapidamente, senti meu coração voltando a esperança novamente de alguma forma acreditava que meu pai tinha mudado de ideia, entendo meu ponto de vista, senti me livre novamente.

W - entenda meu filho, tudo isso que eu faço é para seu bem.

Kain- É claro que eu entendo meu pai.

 

Aos poucos o senhor W se aproximava ao kain, como alguém o abraça seu filho de forma gentil e agradável, mas isso era apenas uma farsa desse homem, pegou em meu braço de forma gentil, e aos poucos fechei meus olhos no ombro de meu pai, algo que jamais havia acontecido entre a gente acreditei por um breve momento que meu pai me amava, como fui tolo em acreditar em uma mentira dessa enquanto meus olhos estava fechado ele pegou uma antiga corrente de prisioneiro e coloco em um dos meus pulsos, na hora senti um frio que passasse entre meus braço, o frio.do metal cruzando meu braço

Kain: pai, o que é isso ?

em silêncio ele não disse nada, e aos poucos puxou meu outro braço de forma violenta fazendo assim eu sentir um pouco de medo, acreditando que finalmente aquele velho homem iria acabar com a minha vida, como é duro sentir que seu único caminho no mundo está preste a te matar, já não tinha mais volta eu estava preso em correntes, agora era meu fim já não tinha esperança de nada.

W: aproveite bem, essa última visão, pois será a sua última. Não de outra forma. 

Ele apenas tirou seus óculos  escuro e abriu um sorriso de violência, de alguém que está gostando do que está fazendo,  Aos poucos o velho em direção a minha antiga mesa olhando fixo para meus livros,  Olhou e levantou sua cabeça, como alguém que levanta a cabeça para não deixar às lágrimas escorrer, e aos poucos foi juntando a maior quantidade de livros que seu braço podia aguentar.

em desperto apenas gritei com uma voz de choro - desculpa pai, eu prometo não ter mais nenhuma ideia, pare por favor.

Mas o velho não deu ouvidos, prosseguir assim mesmo. senti apenas uma enorme frieza que vinha da sua alma, enquanto gritava para ele não fazer isso.. Sinceramente eu não sabia oque estava por vim mas meu coração estava doendo vendo todo meu carinho sendo levado nós mesmo braço de quem os trouxe um dia. Havia centenas de livros, aos poucos minha imensa coletânea foi se esvaindo aos poucos, da mesma forma que ele tirava meu livro senti ele tirando a minha vida. Levou horas até ele tirar meus livros por completo. Restando apenas alguns lápis que eu usava para marcar algo que sem meus livros se tornaria inútil, como alguém pode remover o amor que ele mesmo deu ? É estranho passarmos por essas coisas, entramos com amor e saímos com ódio, esse mundo e um verdadeiro inferno, e nós seremos julgados no mesmo fogo.  Mas como se tudo isso não bastasse, já removeu o meu tesouro ele fechou as janelas, fechando para sempre minha imaginação, já não tinha mais saída, ele tirou tudo, isso acontece apenas por mostrar minha ideia, o'que aconteceria se eu as aplicasse?. E lá estava eu, acorrentado, com meus punhos machucados de tanto tentar sair das correntes pra salvar meus tesouros, mas nada adiantava, as correntes tão firmes, e minha pele tão frágil, o sangue que escorria pelo aço, os resto de pele que ficou gravado em seu metal, tudo isso era uma dor, mas não chegava aos pés de perder tudo, oque dói mais a dor física ou a emocional ? Qual o valor que as duas têm ? Literalmente é uma troca, mas nessa troca de valores eu fiquei no prejuízo, algo que jamais poderia voltar, a dor eterna de perder oque mais ama, pode te matar. 

 Fiquei preso nesse lugar nada mais importava, ele me deixou trancado nesse lugar acorrentado por dias, ele já não mais me alimentava, esperava eu ficar fraco para que assim tivesse a garantia que não fosse fugir, fiquei 5 dias sem água e sem comida, minhas feridas não tinha cheiro bom, moscas varejeiras, pousava em meus machucados a todos instante, ao passar dos dias me sentia doente, febril, meu braço já não cheirava bem, um forte odor de algo estragando, já não aguentava mais, queria morrer. A maior libertação mesmo seria a morte, única forma de me manter livre realmente. Então esperei a morte até que não aguentava mais, então eu caí com o corpo morto . Mas não era meu fim. Após isso acordei deitado em minha cama, aos poucos fui abrindo meus olhos, mas estava muito cansado, olhei para meus braço e nele tinha faixas que protegia minhas feridas, os braços ainda estava enfaixado mas o mal cheiro tinha passado, não tinha mais febre, mas sentia cansado com o corpo mole, talvez seja a desidratação, ao sentar na cama olhei para o quarto vazio, me lembrando onde ficava os livros onde eu nao os tinha mais, só olhar para minha mesa consegui ver um cesta com pão e água ao lado, meus lábios secos pedia por água, peguei a jarra que era de vidro e virei na minha boca, matando a minha infinita cede, e com um fome de um leão comi o pão rapidamente como um animal que protege sua comida voraz e rápido. Aos poucos fui voltando para meu lugar, o lugar que estava preso, em uma forma automática olhei para janela para ver a paisagem mas de nada adiantava, estava fechada. Ao olhar para o vidro da janela me vi em seu reflexo, foi a primeira vez que olhei para mim mesmo, e a única coisa que eu vi foi que eu não era nada, digno de pena, alguém que não devia ter nascido. Alguém que não merece ter um pai como o meu a final ele se diz alguém bom, mas só vejo crueldade em suas ações, afinal o'que ele quer de mim, pois sempre é tão vago em questão de sentimentos ao seu filho, isso já não mais importa tudo que restou agora foi apenas ódio, apenas fui feito de trouxa pelo meu pai, já não ligo se esse é o fim, vou acabar com isso agora,  senti que nada mais me fazia sentido e eu poderia morrer, e foi quando eu aceitei a morte, já não me importava mais. Um ódio consumia a minha alma de tal forma que mudou a minha vida por completo. É engraçado tudo isso… perde tudo que tenho e não ter nenhum motivo para viver.. tudo isso é o reflexo de meu destino… mas esse é mesmo meu destino ? Como posso saber? Viver preso ou morrer e ser livre ? Qual seria mais gratificante,  como posso mudar isso tudo. Destino é algo que não existe, se  meu destino é ser o demônio da profecia não significa que eu seja uma pessoa ruim, talvez eu seja a melhor pessoa desse mundo, mas o mundo me faz querer odiar a todos. Mas por mais que eles joguem tudo em mim, eu não vou jogar neles de volta, conheço meu coração e minhas virtudes. Mas esse ódio que sinto é tão grande que me dá vontade de destruir tudo. Talvez eu realmente seja metade de um demônio mas minha outra metade é divina de alguém iluminando. Prefiro me machucar que machucar alguém, mesmo que isso custe a minha vida. Jamais vou machucar alguém pelo ódio. Mas já não há motivos para ficar nesse lugar, está na hora de conhecer o outro mundo. Após comer o pão ao lado da cesta de comida estava meus lápis com sua ponta, afiada como uma agulha. Peguei o lápis gentilmente, como se fosse a primeira vez que pegasse tal objeto. De uma maneira calma passei pela minha pele, pálida por nunca pegar sol e só de ter o contato com minha pele ficou um enorme vermelho, gostei do avermelhado sobre minha pele, passei a fazer muito mais até que finalmente pressionei com tanta força que o lápis furou a minha pele, 

Kain- então isso é dor ? É estranho me sinto tão leve com ela, 

Sem perceber fiz isso dezenas de vezes, a cada dor que sentia uma nova verdade se vinha. Mas não me sentia satisfeito queria muito mais, tirei uma das faixas do meu braço e pressione o meu machucado que antes quase curado voltou a sangrar novamente. mesmo, apenas uma real forma de me mutilar, a dor física já não fazia mais sentido, até gostava da sensação, sentir o sangue escorrendo, vendo o meu reflexo banhado em vermelho, como era boa essa sensação de morte, mas isso nunca ia causar a minha morte, era uma estranha fonte de energia a energia do ódio como um demônio que fala no ouvido para prosseguir mais fundo,  tudo que eu mais queria era acabar comigo, talvez seja disso que se trata o inferno, ele nos coloca em dor para poder realçar o sabor de viver, agora vejo o inferno como o caminho da salvação, no inferno dizem quem nós sofremos na eternidade, isso não faz sentido, se Deus nós colocava no inferno e por um motivo maior, talvez seja para nós purificar, é nós temos tanto medo de entrar no inferno que jamais pensamos em como sair de lá, é como esse quarto, para mim é um inferno, e única forma de libertação seria tirando a minha própria vida, sem dor não posso alcançar a paz, preciso dela para me purificar e ficar livre de tudo isso. fazer a dor física ser maior que a dor emocional, como é difícil isso tudo.

   O desejo de ir embora é tão divino como anjos me chamando, já não me importava mais meu fim estava próximo, O sangue que escorria de meus braços estava ficando frio, aos poucos q ferida já estava estancando o sangue, mas já tudo isso era apenas o começo para o fim, fiquei de pé em meu quarto usando minha dor como energia para me manter de pé, aí olhar para meu quarto apenas vi o chato com meu sangue, uma pequena poça de sangue, e ao lado o lápis que de sua cor original  resto apenas o vermelho, me abaixei e peguei o lápis que usei para.me ferir um pouco antes, mas dessa vez já sabia que não podia parar aí esse seria o meu fim, peguei o lápis e comecei a observa sua ponta afiada, olhei bem próximo de sua ponta, tão próximo que meu olho poderia apenas focar a sua ponta, entre meu olho e o lápis tinha em torno de 2 centímetros, segurei o lápis com meu dedão e o indicador fazendo como se fosse uma pinça, eu apontava sua ponta para o mesmo olho que me fez ficar nesse lugar, não sentia medo e nem remorso por nada, apenas raiva por esse maldito olho. Enquanto segurava esse lápis apenas me veio lembranças onde meu pai falava: você é uma aberração, não vejo a hora de me livrar de você. Esses pensamento só me faz lembrar que tudo isso e a causa desse maldito olho em apenas um reflexo meu braço direito veio com a mão aberta batendo na parte de trás do lápis causado uma forte preciso fazendo assim o lápis furar um dos meus olhos , O  olho vermelho o olho que fez eu viver trancado por 17 anos, meu ódio era tão grande que essa dor fez a dor emocional ir embora, eu estava feliz, finalmente a dor sumiu. me sentir liberto,sentia a morte atravéz da dor  eu poderia ir pra qualquer lugar, então eu caí no chão, meu olho sangrava muito, o sangue escorria entre meu olho, aquela forte pressão me dava uma indescritível, enquanto estava no chão em um ato pra retirar essa pressão peguei no lápis e puxei com toda força que me restava ainda, e ao remover rapidamente meu olho tbm saiu com o lápis, após remover o lápis o meu sangue que já saia piorou, estava perdendo muito sangue, já não aguentava mais apenas olhei para o olho e sorri e então eu falei para ele: finalmente você foi embora, eu venci. E aos poucos meus olhos foram se fechando e me senti gelado, sabia que minha vida chegaria ao fim. Tudo que passei pode ser visto em meus pensamentos, via meu pai, e meus livros e só vinha uma paz no coração de liberdade. Finalmente estava livre desse mundo escuro, e aos poucos  caí no sono eterno.


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