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O homem sombrio

O homem sombrio
Felipe Alves
jul. 3 - 3 min de leitura
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Uma vez, conheci um homem. Ele tinha um aspecto sombrio e assustador. Nunca foi possível saber de fato como era o rosto dele. Simplesmente indecifrável.

Num dia nublado, o homem se sentou ao meu lado e me convidou para tomar um café.

Eu até aceitei, por que não? Não faria essa desfeita com um novo amigo.

E voltei para casa.

O problema é que este homem apareceu no meu corredor de madrugada, quando fui tomar água. Fiquei preocupado, mas logo ele sumiu.

Até que se passaram uns dias e, para espanto meu, lá estava ele novamente.

Estava cada dia maior e mais tenebroso, como se em cada refeição que eu fizesse, o homem ficasse mais nebuloso.

Até que comecei a ficar mais preocupado e perguntei ao tal senhor:

“O que você quer de mim? Por quê tanto me persegue?”

E o senhor ficava parado, apenas me observando. Nunca esboçou nenhuma reação de que se importava comigo. Em certos momentos, eu pensava que estava rindo de mim. Às vezes, pensava que ignorava minha existência.

Mas estava sempre ao meu lado quando eu menos esperava...

Até que chegou um ponto que eu decidi: "Nunca mais deixo este homem me visitar!"

Dei bebida e outras substâncias para que ele sumisse. Quem sabe assim o tal homem não sumiria da minha vida? E fui dormir...

Onde já se viu, um homem me assustar depois de adulto? Isto é coisa de criança que tem medo de fantasmas.

Ledo engano meu…

O senhor apareceu nos meus sonhos e eu acordava com a respiração ofegante toda vez que ele surgia. Eu já não aguentava mais temer um homem que eu nunca soube de fato quem era.

E o pior, este homem começou a me perseguir de forma mais constante e diária... Quando eu ia tomar banho, escovar os dentes… Estava lá o senhor, respirando do meu lado e causando arrepios.

E eu sempre me perguntava: "Por quê comigo? O que eu te fiz?"

De forma meio sádica, talvez, novamente o silêncio.

Tinha dias que eu me acostumava suas visitas.

Em outros, ele pressionava o meu peito e me desesperava. Nestes dias, eu achava que não aguentaria mais sua presença.

E o mais curioso de tudo, é que este homem visitou outras pessoas. Para uns, ele nem permite que a pessoa sorria. Para outros, existe uma trégua.

Será que o homem indecifrável e sem rosto um dia vai embora?

Ou a saída é lidar com estas visitas inoportunas?

Estas são perguntas que eu não sei responder.

Ontem, ele me convidou novamente para um café e eu respondi:

Hoje não, mas quem sabe amanhã?

E ele deu um leve sorriso sarcástico e sumiu.

Provavelmente, não para sempre.


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