Esse país
Tão meu
Quanto seu
Embora
Talvez
Não saibas
Ao certo
Que o tens
Se o sabes
Não entendo
Porque
Julga-o menos merecedor
E entrega
Com suas mãos
Destituintes
Tudo de bom que temos
A quem
Pagar mais
Faz leilão
De nossas terras
Pois ainda não conseguiu
Nos leiloar
A nós
Esses que temos gritado
Em gritos de DEMOCRACIA
Não sendo ouvidos
A nós
Esses que temos sangrado
Pelas ruas
A nós que oprimes
Com seu riso largo
De escárnio
Pois apesar de muitos
Estamos separados
Por bandeiras
Partidárias
Vocês
Que tem feito
Manifesto a favor
Não entendem
Que esse mesmo messias
Que acham
Que é salvador
Enquanto os ocupa a mente
Com trivialidades
E morais
Que de cristãs
Só tem o nome
Tem entregado
Tudo de bom que temos
Aos Estados Unidos
(essa pátria que quando não tem conseguido
tomar por boa vontade dos governantes
tem tomado por meio de guerras)
E aos banqueiros
(esses que têm sido privilegiados
mesmo em governos tidos como esquerda)
É o mesmo messias
Que despreza
Não só os seus
Não-eleitores
Mas tudo aquilo
Que o Brasil produz por natureza
Música
Cinema
Teatro
Não apenas por ódio ao Brasil
Mas por ser
Tão pouco elevado
Que nada disso entende
E ouso dizer
Que nada de nada entende
Quando Heidegger fala
Que o nada nadifica
Ele estava se antecipando a ti
E a suas mãos
Que espalham o nada
Em tudo aquilo que tocas
Um Midas
Que transforma ao toque
Não em ouro
Mas em bosta