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Nobre Presença

Nobre Presença
Ana Bezerra Neta
Jun. 24 - 3 min read
0180

Numa vila bem pacata
De uma pequena cidade
Para ser bem mais exata
Sem nome ou localidade
Que denominasse o espaço
Gerando um descompasso
Mas também curiosidade

Não sabemos a verdade
No mundo em que vivemos
Presos numa realidade
Onde não nos conhecemos
Perdidos na ilusão
Não ouvir o coração
Grande erro cometemos!

Como aqui já dissemos
Nessa tal vila distante
Onde nem nós sabemos
Havia um habitante
Que a tudo transformava
Pelo poder que emanava
Uma presença constante

Diziam ser um viajante
Do espaço sideral
Ou um mago praticante
De bruxaria ancestral
Mas o que evidenciava
Era a forma que tratava
A todo ser por igual

Não importa se animal
De espécie indomável
Sua brandura era tal
Que tudo lhe era amável
Lhe revelando a pureza
Em harmonia à natureza
O seu dom inabalável

O tempo era incontável
Pois com ele não havia
Era sempre incomparável
Estar em sua companhia
Ensinando uma lição
O Agora é a atenção
O que você pensa, cria

Se era noite, se era dia
Estava sempre presente
Para todos se valia
Prestativo e eficiente
Em ajudar o precisado
Dando conta do recado
Era chamá-lo somente

Admirava o sol poente
Com alegria tamanha
Bebia água da nascente
Agradecendo à montanha
Toda flor que encontrava
Outro idioma falava
Uma reverência estranha

Perdendo é que se ganha
Dizia sempre sorridente
Observando a aranha
Tecer um fio resistente
Ela perde o que não tem
E vai se alimentar bem
Fechar um ciclo vivente

O homem é preso à mente
Não tem fio emaranhando
Pensando egoicamente
Esquece que está jogando
Uma perigosa cilada
Cai na curva da estrada
Que o próprio está criando

A natureza transformando
Ensina a gente a viver
As mudanças aceitando
O que é que vai fazer?
Pega o bonde, vai feliz
Estamos aqui por um triz
Se está vivo vai morrer

A morte não vai dizer
Se está certo ou errado
E você não vai correr
Pois o dia está marcado
Você mesmo escolheu
Pronto aqui estou eu
Para ir se for chamado

A morte é um estado
De consciência mais pura
O véu que tem separado
A doença da sua cura
É a própria ignorância
E o tamanho da ganância
Que nos faz cabeça dura

Pedimos pela brandura
Por toda humanidade
Adotemos a postura
De responsabilidade
Criamos tudo o que temos
Disso todos nós sabemos
Não temos maturidade

Afirmam que a sociedade
Humana conjuntamente
Trabalha por igualdade
Tentando ser equivalente
Às formigas que o fazem
Um exemplo maior trazem
Do que é viver socialmente

Fato é que realmente
Buscando o interior
Trabalhar honestamente
Onde nos causa temor
Alinhar sombra e luz
O equilíbrio faz jus
Transcende assim a dor

Cada Ser emana amor
Cada qual sente tristeza
Somos feitos do esplendor
Da força da natureza
E a sabedoria traz
O sentimento que faz
Enxergar toda a beleza

São tempos de incerteza
Convite à meditação
Perceber a grandeza
Da alma em comunhão
Com o corpo e a mente
Estar sempre consciente
Ampliar a percepção

Ouvindo o coração
Observando atentamente
Estamos em transição
E a Terra gentilmente
Nos oferece abundância
Desde à nossa infância
De raça remanescente

Agradecemos somente
A presença que acata
Trazer a sua semente
Florescimento empata
Alma nobre que conduz
A um caminho de luz
Pelo caminho da mata

#Poesia #Concurso #Eternizarte


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