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Não me venha falar de Leste!

Não me venha falar de Leste!
Leonardo Ribeiro Portilio
ago. 7 - 2 min de leitura
010

Não me venha falar de Leste! 

  

Você me pede para sentir 

aquele vento que vem do Leste. 

Só que eu o sinto a muito tempo 

molestar o meu puro oeste. 

  

Do Leste veio o homem branco 

com fogo, doença e metal. 

Do Leste veio aquela febre 

herança da guerra mundial. 

  

Do Oeste se foram os nativos, 

pelo sangue derramado ou misturado. 

Do Oeste se foram nossos tesouros, 

comprados ou talvez saqueados. 

  

Mas do Leste veio o nosso rei. Não é. 

Fugindo de outro, nem tão grande assim, 

que vinha mais do Leste ainda. 

Pensou o rei "Ora pois, aqui vai dar ruim ". 

  

E para o Oeste vieram se esconder 

deixar a selva guardar a sua nobreza. 

Enquanto seu povo morria nas ruas 

as raposas fugiam na sua esperteza. 

  

Até deus veio do Leste dar um oi. 

Se lembrou desse continente, por acaso, 

onde os índios adoram o trovão 

e do criador do universo fazem pouco-caso. 

  

 

E daqui foi trocado o amor pela terra, 

a "salvação" pelo coração de Jaci. 

E daqui foi trocado o respeito pelo passado, 

o "poder" para quem caçar o Guaraci. 

  

O tempo se foi no sentido anti-horário 

tornou globo o que era plano. 

O novo mundo se tornou espelho do velho, 

menos para o povo sul-americano. 

  

O Vento passa sem se importar. 

E os que eram oeste viram leste 

de uma forma bem metafórica 

se tornam uma nova peste. 

  

Mas tudo isso e um grande engano meu. 

Que culpa tem um povo ou direção  

se alguns homens a bussola moral 

escolheu navegar pelos mares da ambição. 

  

E mesmo hoje se um dos quatro chegar  

em um cavalo branco no grande oriente, 

não cabe a mim falar bobagens por aí 

que nem o filho de um certo presidente. 

  

Deixo a certeza para o homem vazio. 

Apenas eu espero o aliado invisível  

passar de mão em mão a esperança 

e me encher de dúvida a alma insensível.  

  

 

Me resta apenas levantar a vela e rezar  

para que a superstição e a lógica vençam. 

E aonde iniciou, comece a terminar 

E o velho oriente nos de a sua benção. 


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