Sua boca sensual
comprimia-se num murmúrio
extremamente carnal,
que pouco a pouco excitava
a imaginação daqueles
para quem ela cantava.
Seu canto de sereia,
dama dos mares,
fundia-se aos sons do oceano,
que na branca areia
quebrava suave.
Então, silenciosamente, em súplicas,
guarda o ardente fulgor.
Mas, por Ulisses não é ouvida!
Fazendo-a esquecer a beleza da vida.
E, sem vida,
sentir a tristeza da sua solidão.
Deixando de lado o seu véu,
o céu de estrelas,
e deslizando, mansamente,
sobre as plácidas águas do luar,
perde-se no horizonte,
fundindo-se,
confundindo-se com o firmamento...
Desculpem-me a liberdade poética “ao tocar”, levemente, na obra “Odisseia” de Homero, quando narra a aventura de Odisseu (ou Ulisses no mito romano) com as sereias na sua volta para casa. Para evitar ser atraído pelos cantos das sereias, Odisseu tapa os ouvidos com cera.
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