Meu verso é sangue
Volúpia ardente.
Semente que planto
É simples lampejo.
Oeste que canto.
Meu verso é espinho
Batuque de quarta-feira de carnaval
Paradoxo dorsal.
Gasta metáforas
Venta o tempo
Atravessa esquálido.
Meu verso (des)versa
Rima ao contrário.
Desforma
Inverna
Brasa que passa.
Meu verso é choro
Coro sem joio
Prosaico ensaio diário.
Meu verso desvela
Morre solitário
Dissoluta sombra
[diáfana
Nuvem cinza – opaca
É curva mal sinalizada
Nada sem água
Sem métrica
Sem brio
Sem nada
Escorre vermelho-escarlate.
Meu verso falece
e desmorre
Antes mesmo que nasça.
#Poesia #Concurso #Eternizarte