Era noite alta,
a escuridão se espalhara,
todos dormiam juntos.
Seu coração se agitara de início,
mas que havia de mal,
se eram primos?
Quando sentiu o perfume
que ela trazia nas mãos,
não imaginou que as usasse
aflito
para tapar-lhe a voz,
talvez o grito.
E ela o fez enquanto tocava
o seu sexo.
Era um misto de medo
e de prazer,
muito complexo para entender.
Quando sentiu que correspondia,
ela encostou-se nele,
abaixou as calças,
soltou as alças do sutiã,
trocou as mãos pela boca
em beijos de engolir
e uma febre terçã os consumiu.
Depois do cheiro,
do gosto,
agora ele sentia a pele,
as mucosas.
Era tanto prazer
que explodia.
As coisas mais gostosas
giravam na sua cabeça.
Pensou que sonhava
e acordou.
Estrepitosas goteiras
da chuva forte
caiam do telhado.
Havia um sonho roubado.
Era de manhã.
o quente gostoso da cama de rico
eram os pensamentos de diabo.
Uma chama, um fogaréu.
A prima se fora,
ficara o vício visguento
de todas as noites ao léu
lembrar daquela noite
que fora tão rápida
como um sonho.