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[[La Madre]]

[[La Madre]]
. Susatel.
Nov. 30 - 3 min read
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Sã consciência...está minha.
Com a minha carne alegrei os famintos de prazer...
Aos padres fiz-lhes não só uma confissão em palavras, deixei-os mergulharem no profundo mar de prazeres que jaz em mim, do qual fogem desde a sua mocidade.
Um batalhão de cedentos por algo que estimulasse o prazer adormecido passou por mim.
No meu templo não se puseram aos gritos por comezinha dor, quiçá por algo que está mais para o fundo dela;
Do meu sangue provaram, e a sede aumentava-lhes na medida certa.
Era um não querer querendo-me...
Enojei-me da vida no agora para num amanhã desfruta-lá.
Dei a todos um pouco mais do que a vida lhes tomou...
Os meus lábios foram o favo de mel achado no deserto após uma desgastante caminhada para os de coração bravo.
O meu cantar de alegria era no antes para as virgens do convento, que se privavam do morno e por vezes do quente desmedido quando duas respirações ofegantes se cruzam...onde um tocar não é apenas um tocar...onde tudo salta para o além do simples para o complexo, onde tudo não lícito é lícito.
Os meus seios guardava-os para o artista, esse enxerga não só o aparente, mas o fundo também!
 Dei-lo provar o meu coração, de costas adorava-me.
Alimentei a todos...
Se prostituiram todos...
Cada um com pedacinho de mim...
Menos o poeta, esse me fez inúmeras vezes viver, sem de mim exigir algum toque...tudo quanto não foi dado aos outros tocarem o dei, para que num lugar tranquilo se achem as minhas lembranças...oferecia-o sempre o meu verdadeiro sorriso, e retribuia ele sempre com um beijo suave e morno;
Os tambores ressoaram, o caos tomou espaço, a chuva não se deu por cair, os cães uivaram ferozmente, os corvos enxergavam-me lá do alto, o mar calmo das emoções em mim ficou brando;
Precisava de um último instante para retribuir com mais um pouco de mim ao poeta, não pela volúpia, não pelo beijo, não pelas risadas, mas por me ter despertado a vida em terra, e com a profunda arte sua, me ter jogado na felicidade;
Do fundo ressoou a poesia sua, a belíssima coisa nunca antes contemplada pela minha audição, e então se acalmaram minhas emoções;
Minha petição última antes que as chamas consumam o meu corpo, assim que se der por findado este evento dignos são o poeta e o artista de tocarem as minhas cinzas;

Prossigam, desta me calo para todo sempre!


Autor. Susatel
Sec.XXI
Padrões Poemia ll de Susatel
Padrões poemia
Do Livro Filosofia do Amor

Pintura: Herman Anton Shtilke
Todos direitos reservados
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