Mundo tão injusto
De amargura corroída.
Tamanha desigualdade
Nos divide e multiplica.
Escravos de rotina
Pensamento igualista.
Com prazo de validade
Sem garantia estendida.
Pois que vendamos nossos olhos
para a verdade não dita.
Escancarada em nossa face
a completa injustiça.
Equilíbrio descompassado
balança desproporcional,
Onde tantos se humilham.
Não temos nada, afinal.
Soberba exuberante
se apluma exorbitante,
E ofusca entre suas traças
A miséria desigualada.
Moldada entre fome, penúria e praga
Tão fincada em sociedade
A desigualdade diária,
Escondida e ignorada
Que pensamos ser a falha.